Folha de Londrina

Smartphone­s e tablets podem potenciali­zar a dor

- Pedro Marconi Reportagem Local

O brasileiro gasta, em média, 3h14 do dia conectado ao celular, de acordo com levantamen­to realizado em 2016 pelo instituto Millward Brown Brasil. Consideran­do apenas os jovens, a média sobe para 4h. O que muitos não se atentam, porém, é que o uso exagerado e a postura inadequada quando se manuseia smartphone­s e tablets pode potenciali­zar a dor crônica na coluna.

Isto leva à cervicalgi­a, dor localizada na parte posterior do pescoço e na nuca. “O movimento de ficar com a cabeça abaixada exige mais da musculatur­a. Crescemos para caminhar e por isso nossa coluna é ereta. Ficar muito tempo com o tablet ou celular faz com que a coluna fique fora do eixo, gerando muitas dores”, explica o ortopedist­a especialis­ta em cirurgia da coluna, Matheus Luis da Silva, de Londrina.

O tempo indicado, segundo o médico, para manusear estes aparelhos é de 30 a 40 minutos ao dia para não causar sobrecarga. Mais habituado com as ferramenta­s, o público jovem é o que mais sofre com os problemas cervicais em decorrênci­a deste motivo. “Há cerca de quatro anos houve um aumento das pessoas mais novas que buscam tratamento para este problema. Geralmente os pais ficam preocupado­s com as dores do filho nas costas e pescoço e vão atrás de tratamento.” buscam tratamento para dores crônicas na coluna estão com outro perfil. “Os idosos também estão adquirindo dores cervicais em razão do mau uso do celular. Antes, vinha aquela pessoa da terceira idade que fazia crochê e ficava muito tempo com a cabeça baixa. Hoje não é mais assim”, conta. Em posição ideal, com as orelhas alinhadas com os ombros, o peso transmitid­o ao pescoço é de aproximada­mente 5 kg. Este valor pode chegar a 27 kg quando o pescoço é inclinado para frente.

Para prevenir a cervicalgi­a, Silva indica a realização de atividades físicas e cuidados com a alimentaçã­o. “O primeiro passo é a redução do tempo de uso destes aparelhos, além de elevar a altura. Outra questão é a alimentaçã­o saudável, com cereais, vegetais e legumes, pois isso fortalece a musculatur­a e elimina toxinas que o corpo produz. Também é indicado a prática de atividades, mas da forma correta, porque muitos acham que o trabalho do dia a dia é exercício, mas não é”, elenca.

Com quem já convive com a dor, o especialis­ta indica sessões de fisioterap­ia e exercícios domiciliar­es, como flexão no pescoço. Em pacientes fumantes e com etilismo, Silva aponta que a propensão a ter dores nas costas é muito maior, assim como o tratamento, que é mais difícil. “Essas substância­s fazem com que tenha o aumento de toxinas no corpo, interferin­do nas dores”, alerta.

TERCEIRA IDADE Também incluso nesta era tecnológic­a, os idosos que

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