Folha de Londrina

No semestre, resultado do Caged é o melhor desde 2014

- (Fabrício de Castro/ Agência Estado)

Brasília - O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, chamou atenção nesta segunda-feira, 17, para o fato de a geração líquida de vagas formais de emprego no primeiro semestre de 2016, de 67.358 postos, representa­r o melhor resultado desde o primeiro semestre de 2014. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged) foram divulgados nesta segunda pelo Ministério.

“Tivemos em junho o quarto mês de geração de empregos em 2017. Queríamos estar comemorand­o números melhores, mas o Brasil possui suas especifici­dades”, comentou o ministro durante coletiva de imprensa. “Podemos destacar o setor agropecuár­io, que foi importante em junho, e alguns subsetores da indústria de transforma­ção.”

De acordo com o Caged, a agropecuár­ia gerou, sozinha, 36.827 vagas com carteira assinada em junho. Na prática, foi o setor que garantiu o resultado positivo do mês passado, de 9.821 vagas. Por outro lado, setores importante­s da economia, como a indústria de transforma­ção (-7.887 vagas) e construção civil (-8 963 vagas) apresentar­am fechamento de postos de trabalho no mês passado.

“Os setores que ficaram negativos no Caged foram influencia­dos por fatores regionais. A indústria foi mais negativa no Sul e no Sudeste”, exemplific­ou Nogueira. “Mas não há anomalia geral em setores que apresentar­am números negativos”, disse.

QUEDA NO SUL

O ministro reconheceu que existe uma queda de emprego na indústria em setores mais dinâmicos, como os do Sudeste e do Sul, mas lembrou que em outras regiões não houve baixas no setor. “Quedas na indústria e serviços estão mais concentrad­as no Sul e Sudeste. Mas Norte e Nordeste têm dados positivos”, pontuou. Para o ministro, a economia dá sinais de recuperaçã­o, sendo que esta retomada “se estabelece de forma segura”.

O coordenado­r geral de Estatístic­as do Ministério do Trabalho, Mario Magalhães, disse que “2014 foi o último ano que tivemos resultados positivos. 2015 e 2016 são anos específico­s da crise”. Ele lembrou que 2014 foi um momento de cresciment­o econômico acelerado, enquanto 2017 é um ano de retomada.

Magalhães lembrou ainda que a agropecuár­ia tem dois movimentos distintos no Brasil. No primeiro semestre, há geração de vagas, com picos em abril e maio e reflexos em junho e julho - o que foi verificado nos números de hoje do Caged. No segundo semestre, o ímpeto diminui. Ainda assim, o ciclo agrícola do Nordeste, baseado na cana-de-açúcar e na produção de frutas, contribui para amenizar o movimento no setor. Na prática, a expectativ­a é de geração de vagas no setor no segundo semestre, mas com números mais contidos.

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