Folha de Londrina

Infraestru­tura deficiente

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Para não parar no tempo, o Brasil precisa investir muito mais em infraestru­tura. Segundo relatório publicado recentemen­te pelo GI Hub (Global Infrastruc­ture HubP) do G20, o País investe apenas 56% do necessário para alcançar excelência. Isso quer dizer que o ritmo de investimen­to brasileiro no setor está bem abaixo do necessário. O relatório analisa as necessidad­es de investimen­tos dos 50 países com maiores PIBs (Produto Interno Bruto), em sete setores até 2040. Os países foram divididos em grupos conforme o potencial econômico e o GI Hub comparou os valores aplicados em cada setor. O Brasil ficou no bloco dos Brics (com exceção da Índia) e países da América Latina e alguns da África. Os especialis­tas que realizaram o estudo apontaram que o Brasil precisa triplicar os recursos aplicados em rodovias. Hoje é destinado apenas 28% do necessário para virar uma referência neste setor. Há necessidad­e de avançar também nos modais ferroviári­o (51%), portos (44%) e aeroportos (49%). Mas está próximo da excelência em energia (82%), água e saneamento básico (96%) e telecomuni­cações (94%). O fato é que por aqui se aplica apenas 2,67% do PIB nacional em infraestru­tura, mas até 2040 esse percentual precisa subir para 4,72%. Ou seja, hoje são gastos US$ 1,5 trilhão e a meta para os próximos 20 anos é investir US$ 2,7 trilhões. O Brasil depende das rodovias, modelo dominante de Norte a Sul. O cálculo aponta que 75% do transporte de carga é feito por estradas. E o custo logístico vai lá para cima quando entram em cena as rodovias com pista simples, falta de contornos urbanos e estradas mal conservada­s, situações muito comuns. Especialis­ta ouvido em reportagem da FOLHA desta segunda-feira (31) alerta que o governo precisa rever o modelo de financiame­nto de obras e fazer parcerias com grupos estrangeir­os dispostos a investir por aqui. A FOLHA defende que os gargalos da logística e da infraestru­tura são grandes entraves para o desenvolvi­mento do Paraná e do Brasil. Tanto que o assunto foi tema da segunda edição do EncontrosF­olha, em setembro de 2014. O jornal vem constantem­ente, em suas reportagen­s, debatendo as deficiênci­as e apontando soluções para melhorar a infraestru­tura. O problema é antigo e, infelizmen­te, pouco se tem avançado em melhorias.

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