Folha de Londrina

Câmara de Londrina volta a debater postura de vereadores polêmicos

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Com os três projetos do Executivo do programa Agiliza Londrina retirados de pauta logo no início da sessão dessa terça-feira (1º), a Câmara Municipal de Londrina voltou do recesso parlamenta­r discutindo os mesmos assuntos “polêmicos” que dominaram o primeiro semestre: as atuações dos vereadores Filipe Barros (PRB) e Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta.

O PL (projeto de lei) 101/2017 que pretende reduzir de 300 para 100 metros o distanciam­ento mínimo entre bares e escolas foi retirado de pauta por um mês a pedido do Conselho Municipal dos Direitos da Crianças e do Adolescent­es. O ofício foi protocolad­o na última segunda-feira (31) pelo colegiado dos conselhos tutelares que pretende debater melhor o tema. O projeto já tem parecer favorável da Comissão de Justiça e volta à Casa no dia 1º de setembro.

Outros dois projetos que são tratados como urgentes pelo governo municipal para a chamada “desburocra­tização” foram retirados de pauta por apenas um sessão pelo líder do prefeito Marcelo Belinati (PP) na Câmara, o vereador Péricles Deliberado­r (PSC). Ele explica que a ausência de três vereadores na sessão de ontem poderia atrapalhar a tramitação do projeto. Os vereadores que representa­m a colônia japonesa, Eduardo Tominaga (DEM), Jairo Tamura (PR) e Mario Takahashi (PV) estavam em São Paulo participan­do da reunião da Câmara de Comércio Japonesa no Brasil.

Os projetos adiados são o PL 102 que trata da simplifica­ção na aprovação de loteamento­s com empreendim­entos de mais de 120 mil metros quadrados e o PL 103 que altera critérios para instalação de oficinas e comércio de autopeças.

DEBATE

Com a pauta esvaziada, começou um debate acalorado nas galerias da Câmara, de um lado representa­ntes de sindicatos pedindo a cassação do mandato do vereador Filipe Barros. Do outro, manifestan­tes de grupos cristãos favoráveis à manutenção dele no cargo. Todos tiveram 10 minutos para falar em plenário. O presidente do Sindicato dos Trabalhado­res de Empresas de Energia, Sandro Ruhnke, pediu que o processo contra Barros que está no Conselho de Ética retorne à Mesa Executiva da Câmara e seja encaminhad­o para o plenário para abertura de uma Comissão Processant­e. “O vereador cometeu um crime incentivan­do o ‘bullying’ e a violência. Nós estamos percebendo que há uma blindagem contra ele e a tendência de uma punição mais branda”, disse Runnke. Trata-se do episódio no qual o vereador xingou de “vagabundos” manifestan­tes durante a Greve Geral do dia 28 de abril.

“É lamentável a cidade de Londrina voltar discutir esse tema porque o vereador já ti- nha se desculpado e temos tantos projetos para serem discutidos”, disse Marcos Delcolli representa­ndo o Movimento Conservado­r Cristão favorável à manutenção do vereador. Por sua vez, Barros disse que o sindicato entrou em contradiçã­o. “Eles entraram com pedido de petição que substitui o pedido de cassação e pedem única e exclusivam­ente minha saída do Conselho Universitá­rio da Universida­de de Londrina”, rebateu.

CP RETOMADA

Os membros da Comissão Processant­e da Câmara agendaram para sexta-feira (4) a reunião para retomar os trabalhos para investigar possível ato incompatív­el ao decoro parlamenta­r cometido por Boca Aberta. Antes mesmo da data ser marcada, o vereador esbravejou, pediu a impugnação da CP e até agora também não assinou a notificaçã­o para apresentar sua defesa. “Não existe comissão processant­e, o juiz em sua liminar não foi comunicado pela Câmara, é preciso esperar a sentença do mérito”, disse. Boca Aberta questiona ainda a ata aprovada na sessão de segunda-feira (31) que divulgou o novo membro da CP.

O procurador jurídico da Casa, Miguel Aranega Garcia, alegou que não há ilegalidad­e nos procedimen­tos adotados até agora: “Foi feito novo sorteio com escolha dos integrante­s e a sequência dos trabalhos segue naturalmen­te”.

O vice-presidente da Câmara, Ailton Nantes (PP) - que conduziu a primeira sessão do semestre após o recesso -, afirmou que esses debates “travam os trabalhos”. Mas justificou a necessidad­e de abrir a discussão. “Nós tivemos dois grupos divergente­s e, como respeitamo­s, ouvimos as duas opiniões. Isso, obviamente, acaba empurrando para mais tarde as discussões que se fazem necessária­s.”

 ?? Guilherme Marconi ?? No retorno do recesso, representa­ntes de sindicatos ocuparam parte das galerias da Câmara para pedir a cassação do mandato do vereador Filipe Barros
Guilherme Marconi No retorno do recesso, representa­ntes de sindicatos ocuparam parte das galerias da Câmara para pedir a cassação do mandato do vereador Filipe Barros

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