Fim da crise? Não
Outra questão grave está no represamento das aposentadorias que quando deslancharem cresce a crise de pessoal”
Badalação feita em torno do pagamento final de progressões e promoções do funcionalismo pode ter sugerido o fim da crise fiscal do governo Beto Richa, mas não é. Com toda a série de cuidados adotada, despesas crescem mais do que a receita, prova da existência de processo orgânico que cresce até na inércia, fenômeno comum a toda forma de Estado brasileiro em qualquer dos seus níveis do municipal e estadual ao federal.
Conforme a promessa do governo, que ficou devendo dois reajustes automáticos como segurou dois anos atrasados de promoções e progressões, assim que a receita melhorar sai o aumento. Como a despesa não perde celeridade, não há motivos para aquele balé das peças publicitárias do “ICMS na Nota” manter-se em plena animação. Quem dança, desenvolta, é a equipe gastadeira muito mais que os atores.
O corte de secretarias, que poderia ser mais extenso, foi pequeno para atender à demanda dos aspones em nome da governabilidade. Nas visitas ao interior, o respingo das vaias a Beto Richa chegam no candidato aureolado, Ratinho Júnior, que integra a comitiva. Tranquilidade para valer apenas no centro de devoção, a Assembleia Legislativa, lá onde todos juraram fidelidade no tosco interior do camburão, seria normal que muitos dos integrantes imitassem o deputado Wladimir Costa, aquele que tatuou o sobrenome do presidente junto com a bandeira do Brasil no ombro e o fizessem com o do governador como aquele fotógrafo, que se dizia da Casa Civil, o Caramori, transformando seu corpo em outdoor do chefe com o qual acabou trombando.
Mesmo com a possível retomada do consumo, como alguns sinais indicam, dificilmente a prodigalidade pantagruélica permitirá o equilíbrio entre receita e despesa. Despesas são algo como uma forma de metástase minando o organismo público. Outra questão grave está no represamento das aposentadorias que quando deslancharem cresce a crise de pessoal.