Folha de Londrina

Procurador­es prorrogam Lava Jato em Curitiba e discutem reajuste

- Reynaldo Turollo Jr. Folhapress

O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) aprovou por unanimidad­e, nessa terça (1°), a prorrogaçã­o da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba por mais um ano. A sessão do conselho é a última presidida por Rodrigo Janot, que deixa o cargo de procurador-geral em 17 de setembro. Sua sucessora, Raquel Dodge, também integrante do conselho, não compareceu.

Na semana passada, o conselho incluiu na proposta orçamentár­ia do MPF para 2018 um reajuste de 16,38% para os procurador­es da República. A proposta inicial formulada pela equipe de Janot não previa o reajuste, que foi incluído na peça orçamentár­ia a pedido de Dodge.

Ficou decidido na ocasião que seria formada uma comissão de transição com aliados de Janot e de Dodge para discutir de onde sairão os R$ 116 milhões necessário­s para suportar o reajuste salarial.

Na segunda (31), Dodge enviou um ofício a Janot solicitand­o que ele indique onde fazer os cortes. O procurador­geral manifestou contraried­ade com o pedido, afirmando que não refaria a proposta orçamentár­ia uma vez que sua equipe não havia incluído o reajuste.

“Não farei individual­mente indicativo de corte [em outras rubricas] para suportar os 16,38%. Já estou avisando que não farei”, afirmou Janot.

O procurador-geral disse ainda que, se ele fizesse uma nova proposta orçamentár­ia, precisaria convocar uma nova sessão do CSMPF para aprová-la, e não haveria tempo hábil porque o documento precisa ser enviado ao Poder Executivo até o dia 15 deste mês.

Por unanimidad­e, o conselho decidiu que a comissão de transição apontará os cortes no orçamento - contrarian­do o pedido no ofício de Dodge.

EFEITO CASCATA

Para que haja reajuste para os procurador­es, é preciso que aumentar também os salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). O salário do procurador-geral da República o mesmo de um ministro do STF - que, por sua vez, é o teto do funcionali­smo. Hoje, esse salário é de R$ 33,7 mil. Com o reajuste pretendido, iria para R$ 39,3 mil.

Um eventual reajuste precisa ser aprovado pelo Congresso e causaria um efeito cascata nos salários de juízes federais, estaduais, parlamenta­res, procurador­es e promotores, entre outros.

O índice pleiteado não é novo. Desde agosto de 2015 tramitam no Congresso dois projetos de lei - um para o MPF e outro para o STF - para reajustar os salários do procurador-geral e dos ministros da Corte em 16,38%.

Para o Congresso fazer avançar esses projetos, é necessário que tanto o MPF como o STF prevejam o reajuste em seus orçamentos.

Os ministros do Supremo discutirão a questão no próximo dia 9. Segundo a reportagem apurou, a tendência é que a proposta levada ao plenário do STF pela presidente da corte, Cármen Lúcia, não preveja reajuste para os magistrado­s no ano que vem.

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