Tuberculose é problema de saúde pública
Autarquia de Apucarana alerta para o número de casos registrados nos últimos anos e para a importância de iniciar o tratamento mais rápido possível
Apucarana
- Tratável e curável, a tuberculose continua sendo uma doença classificada como problema de saúde pública. Com base em dados estatísticos de 20 casos em 2015, 21 em 2016, 13 em 2017 e um óbito em cada um desses três anos no município, a Autarquia Municipal de Apucarana (AMS) lança um alerta à população. “Podemos afirmar que o número de pessoas com tuberculose em Apucarana é superior aos que chegam ao conhecimento da saúde”, afirma o coordenador do setor de Epidemiologia, Luciano Pereira da Silva, com base em dados estatísticos do Ministério da Saúde.
O presidente da AMS, Roberto Kaneta, explica que toda pessoa que apresenta tosse por mais de duas ou três semanas é chamada de sintomática respiratória. E, de acordo com estatística do Ministério da Saúde, anualmente 1% da população apresenta esse quadro, dos quais de 4% a 5% resultam em positi- vidade para tuberculose.
Com cerca de 130 mil habitantes, Apucarana teria, portanto, 1,3 mil pacientes sintomáticos respiratórios e, consequentemente, de 52 a 65 pessoas contraindo a tuberculose a cada ano. “Se essas pessoas não iniciarem o tratamento o mais rápido possível vão espalhar a contaminação ao tossir para outras pessoas, em especial aos mais próximos, como amigos e familiares”, enfatiza o coordenador de Epidemiologia.
A AMS implantou, em fevereiro, o Plano Municipal de Controle de Tuberculose. Kaneta explica que naquele mês houve uma intensificando da capacitação dos profissionais que atuam na atenção básica. “São estes profissionais, durante as visitas domiciliares, os primeiros a terem contato com o doente e cabe a eles o encaminhamento para o início do tratamento”, observa. Três setores – atenção básica, epidemiologia e ações em saúde – estão diretamente envolvidos para o desenvolvimento do Plano Municipal.
BACILO DE KOCH
A tuberculose é uma doença contagiosa que afeta principalmente os pulmões, sendo transmitida por via aérea em praticamente a totalidade dos casos. A infecção ocorre a partir da inalação de gotículas contendo bacilo de Koch expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente. O diagnóstico é feito pelo exame do escarro, um método simples e rápido.
Os sintomas da tuberculose são tosse constante por mais de duas semanas, perda de apetite, emagrecimento, febre normalmente no fim do dia, mal-estar generalizado, com fadiga e fraqueza, também comum no fim do dia, e suores noturnos.
Ofertado gratuitamente na rede pública de saúde, o tratamento da tuberculose é feito com 4 comprimidos diários na fase de ataque (2 meses). O tratamento, no entanto, dura 6 meses e leva à cura da doença, desde que o paciente faça com uso diário da medicação.
Conforme norma do Ministério da Saúde, todo paciente com tuberculose deve ser diretamente observado, ou seja, um profissional da equipe da unidade de saúde presenciar a tomada da medicação do paciente desde o início do tratamento até a sua cura.
“Em Apucarana as pessoas em tratamento de tuberculose devem comparecer diariamente na unidade básica de saúde, onde o medicamento é ingerido na frente de um profissional de saúde. Os comprimidos são fornecidos para o paciente se medicar em casa nos sábados e domingos”, explica Silva. Esta estratégia, segundo a AMS, oferece maior acolhimento ao doente, melhor adesão com aumento da cura e redução de abandono ao tratamento.
Tosse constante, perda de apetite, emagrecimento e mal-estar generalizado são alguns dos sintomas