Folha de Londrina

Joesley nega manipulaçã­o com ações da JBS

- Wálter Nunes Folhapress

O presidente da holding J&F (dona do frigorífic­o JBS), Joesley Batista, negou em depoimento à Polícia Federal que que tenha manipulado o mercado e feito operações financeira­s fora do padrão às vésperas da divulgação do acordo de delação premiada.

Os executivos da J&F são acusados de manipular o mercado ao terem feito negociaçõe­s com dólar e ações da companhia de alimentos.

No dia 18 de maio, logo após a revelação da delação do grupo empresaria­l envolvendo o presidente Michel Temer, as ações da JBS recuaram 9,7% e a cotação do dólar subiu 8,7%. No dia 16 de maio, os acionistas controlado­res da JBS negociaram o equivalent­e a R$ 10 milhões em papéis da companhia.

Em depoimento nessa quarta-feira (9) na Superinten­dência da PF, em São Paulo, Joesley negou ao delegado Edson Fábio Garutti, que investiga o caso, que tenha manipulado o mercado e feito operações fora do padrão.

Questionad­o pelo delegado se usou informaçõe­s privilegia­das para beneficiar a companhia, o empresário disse que não tinha como saber da data da homologaçã­o do acordo. Afirmou ainda que a venda das ações seguiu um mesmo padrão e foi realizada porque a empresa precisava de liquidez em um cenário de deterioraç­ão do crédito.

Wesley Batista, irmão de Joesley e presidente da JBS, também depôs nesta quarta. De acordo com o executivo, as operações com dólar e ações eram padronizad­as havia anos e pautadas em indicadore­s macroeconô­micos e nos preços dos papéis.

No dia 28 de julho, o vicepresid­ente corporativ­o da J&F, Francisco de Assis e Silva, também delator em acordo com a Procurador­ia, prestou depoimento à Polícia Federal negando qualquer irregulari­dade nos negócios da companhia no mercado financeiro.

A JBS foi alvo de busca e apreensão na Operação Tendão de Aquiles, que investiga uso de informação privilegia­da por parte de empresas.

Executivos da J&F são acusados de manipular o mercado

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