Folha de Londrina

Câmara aprova isenção de EIV para comércio de autopeças

Matéria faz parte do programa Agiliza Londrina que tem o objetivo de desburocra­tizar leis municipais e facilitar a abertura de empresas

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Por 17 votos dos 19 vereadores, o projeto de lei 103/2017 que exclui do Código de Posturas a necessidad­e de EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança) para instalação de oficinas e comércio de autopeças foi aprovado na sessão dessa quintafeir­a (11) na Câmara Municipal de Londrina. Apenas os vereadores Amaury Cardoso (PSDB) e Filipe Barros (PRB) se abstiveram. A matéria faz parte do programa Agiliza Londrina que tem o objetivo de desburocra­tizar leis municipais e facilitar a abertura de empresas.

De carona, os vereadores tentaram emplacar uma emenda que isentava a Acesf (Administra­ção de Cemitérios e Serviços Funerários) de apresentar o EIV para a construção de capelas mortuárias com área construída de até 500 metros quadrados. Para embasar a votação com um parecer técnico, a gerente de instrument­os urbanístic­o do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano de Londrina), Carina Nogueira, e o agrônomo da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente), Paulo Guilherme, foram à Câmara explicar aos vereadores que se tratavam de leis distintas em discussão.

Segundo ela, o projeto debatido em audiência pública altera o Código de Posturas, exclusivam­ente em relação as oficinas e comércio de au- topeças. As capelas mortuárias são analisadas pela Lei de Uso e Ocupação do Solo. “É preciso fazer um estudo para analisar se o local é polo gerador de tráfego”, disse.

Sem sucesso, os vereadores Mario Takahashi (PV), Pericles Deliberado­r (PSC) e Roberto Fu (PDT) argumentar­am a importânci­a da inclusão da iniciativa. “Tem que ser levado em conta que é um interesse social, porque a Acesf tem tido dificuldad­e de conseguir esse estudo para construir novas capelas”, defendeu Takahashi. “Não existe objeção jurídica em anexar essa emenda e o interesse público se sobrepõem nesta questão”, completou o presidente da Câmara que se embasou em parecer da Procurador­ia Jurídica.

“Ninguém está questionan­do se a emenda é boa ou viável”, disse o vereador Rony Alves (PTB). Ele ressaltou que inclusão do novo assunto num projeto que tratava de comércio de autopeças poderia abrir precedente­s. “São assuntos distintos e acho temerária essa inclusão.” Também preocupado com a inclusão, Eduardo Tominaga (DEM) leu um trecho da Constituiç­ão: “A lei não conterá matéria estranha a seu objeto”. Após um longo debate, a emenda da Acesf foi rejeitada por 6 vereadores e não prosperou.

Mais uma vez os vereadores Amaury Cardoso (PSDB) e Filipe Barros (PRB) justificar­am que não irão votar a favor de projetos que mexem com o Plano Diretor. “Precisamos deixar claro do que se trata, o momento mais apropriado para esse tipo de discussão é quando for encaminhad­o o Plano Diretor”, justificou Cardoso.

O projeto de isenção de EIV, que engloba estabeleci­mentos que comerciali­zam peças novas e usadas para carros, motos, desmanches e atividades similares, segue agora para sanção do prefeito Marcelo Belinati (PP).

 ?? Fernando Cremonez/CML ?? A gerente de instrument­os urbanístic­os do Ippul, Carina Nogueira, e o agrônomo da Sema, Paulo Guilherme, foram ouvidos sobre a isenção de EIV para a construção de capelas mortuárias pela Acesf
Fernando Cremonez/CML A gerente de instrument­os urbanístic­os do Ippul, Carina Nogueira, e o agrônomo da Sema, Paulo Guilherme, foram ouvidos sobre a isenção de EIV para a construção de capelas mortuárias pela Acesf

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