Folha de Londrina

Barros defende mudanças na atenção básica

- Julia Lindner Agência Estado

Ministério garante que não haverá retirada de investimen­to da área

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, negou nesta quinta-feira (10) que as mudanças na PNAB (Política Nacional de Atenção Básica) causarão prejuízos à Estratégia Saúde da Família no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde). “O que a gente está fazendo é adequar o PNAB à realidade do País”, declarou Barros.

O ministro convocou uma coletiva de imprensa para apresentar as novas propostas da pasta para o PNAB, que devem começar ser implementa­das a partir do final de agosto. Entre as alterações propostas pelo Ministério da Saúde estão a possibilid­ade de outros modelos de atenção básica além da Estratégia de Saúde da Família e a unificação de um único profission­al do agente comunitári­o de saúde e do agente de combate às endemias.

“Há uma desinforma­ção muito grande. Alguns setores alegam prejuízos que não existem na nova PNAB”, disse o ministro. Ele defendeu que a política de atenção básica precisa se “adaptar aos avanços” do País.

Na semana passada, três entidades da saúde, Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), Cebes (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde) e Ensp/ Fiocruz (Escola Nacional de Saúde Pública), se manifestar­am contra a revisão do PNAB. Essas entidades consideram que a proposta revoga a prioridade do modelo assistenci­al da Estratégia Saúde da Família.

O diretor do departamen­to de atenção básica do Ministério da Saúde, Alan Nunes, afirmou nesta quintafeir­a que não haverá retirada de investimen­to da área da saúde da família. “O que a gente está reconhecen­do é que é preciso haver investimen­tos em outros modelos de organizaçã­o. Estamos ampliando as possibilid­ades de reconhecim­ento, sem prejuízo ao orçamento já destinado à saúde da família”, defendeu.

Barros completou dizendo que o Ministério da Saúde está “empoderand­o os municípios”. “O que nós estamos fazendo é flexibiliz­ar o processo. Hoje nós não reconhecem­os o mundo real, fazemos de conta que só existe o ideal. Quando falamos em ampliar o financiame­nto, é porque passaremos a financiar equipes e serviços que não são oferecidos formalment­e hoje.”

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Gina Mardones/23-3-2017 Investimen­to previsto para informatiz­ação das unidades é de R$ 1,5 bilhão por ano

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