O jardim de nós mesmos
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Quando alguém diz que o bem e o mal não existem, ou que é preciso deixar de lado “esse maniqueísmo” e “essa moral cristã”, já sei de quem se originou a conversa. Dele mesmo. O cara que deseja levar você para o inferno começa sempre por afirmar que o inferno não existe.
E, no entanto, o mal existe. Não só existe, como está solto no mundo. A boa notícia é que nós temos uma maneira de se defender dele: o cultivo da nossa própria consciência individual. Ela é como um jardim, que deve ser constantemente regado, podado, cuidado. Os dois modos que você tem para cuidar deste jardim — que é você mesmo — são a cultura e a religião. No fundo, trata-se da mesma coisa: a grande literatura e a tradição sagrada se equivalem a ponto de um escritor como Northrop Frye sustentar que todas as obras da literatura ocidental — todas, sem exceção — têm origem nos textos bíblicos. Mesmo Sade. Mesmo Nietzsche. Mesmo Henry Miller.
O diabo não quer que você cultive o seu próprio jardim. Ele quer você reduzido a um autômato, a um escravo totalmente desprovido de imaginação. Porque o mal só triunfa quando a maioria das pessoas não tem repertório intelectual para imaginá-lo. O diabo não quer que você conheça a verdadeira história dos ditadores e dos revolucionários (que frequentemente são a mesma pessoa).
Os dois grandes males do mundo contemporâneo — o globalismo e o socialismo — promovem o mal de maneira tão extrema e absoluta que se tornam inimagináveis. Assassinato, aborto, eugenia, eutanásia, tráfico de drogas, censura, destruição da família, ideologia de gênero, lavagem cerebral das crianças e jovens, mentira midiática, ateísmo obrigatório, relativismo moral, corrupção avassaladora — tudo é justificado em nome da conquista e manutenção do poder por uma elite criminosa.
Tudo que existe na realidade existiu
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