Folha de Londrina

Entidades querem um calendário oficial de eventos

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

As entidades turísticas de Londrina acreditam que o caminho para fomentar o turismo na cidade passe pela estruturaç­ão de um calendário oficial de eventos. Sem grandes atrativos naturais, o município se agarra em seu potencial para realização de eventos. A participaç­ão do turismo no PIB (produto interno bruto) do município é de 3,9%, mas de acordo com o diretor de Turismo da Codel (Instituto de Desenvolvi­mento de Londrina), Fabian Bordon Trelha, a cidade atinge apenas 66% do seu potencial.

“O turismo movimenta R$ 417 milhões por ano, segundo dados do Londrina Convention Bureau, mas o nosso potencial seria em torno de R$ 624 milhões”, comenta Trelha. São realizados em torno de 1.500 eventos anuais, mas apenas cerca de 220 retiram alvará na Prefeitura. Muitos dos eventos sem alvará são casamentos e formaturas, mas que de alguma maneira atraem um público que gasta na cidade.

A intenção da Codel com a estruturaç­ão do calendário oficial é fazer com que cada evento gere tráfego para o outro, maximizand­o o seu tamanho, e para os equipament­os turísticos. “Vamos pegar a ExpoJapão como exemplo, poderíamos fazer dois dias antes da exposição um evento de caratê e, ao final, um show voltado para esse público. Você aumentaria a permanênci­a do turista e com isso desenvolve a cidade”, exemplific­a o diretor de turismo. Mas, na avaliação dele, “falta uma articulaçã­o maior do setor” para isso ocorrer.

O Londrina Convention Bureau vem trabalhand­o no projeto “Londrina, Cidade dos Eventos”. A intenção do projeto é profission­alizar as informaçõe­s de promotores de eventos, prestadore­s de serviço e órgãos reguladore­s. “A cidade tem vários ícones. É a cidade do Café, a Pequena Londres, agora queremos que seja a Cidade dos Eventos, mas eventos que sigam os trâmites legais para a sua realização e com isso contribuam para a geração de tributos”, comenta Arnaldo Falanca, diretor-executivo do Convention.

A turismólog­a e geógrafa Alini Nunes de Oliveira, coordenado­ra acadêmica da Unopar, explica que o turista de negócios e eventos é camuflado e nem sempre o trade o enxerga como um turista, mas ele costuma gastar mais do que o de lazer. A especialis­ta avalia que o turismo cultural, grandes festivais como o Filo (Festival Internacio­nal de Londrina), Festival de Dança, eventos de literatura e até a utilização da cidade como locação de cinema vêm mostrando o potencial do município.

“Não são só os atrativos culturais ou o turismo urbano que atrai o turista para Londrina. A cultura do café, que pode atrair um público que busca conhecer mais a fundo a história; pode-se despontar para o nicho dos cafés especiais, das cervejas especias, há pequenas fábricas com bons produtos, a gastronomi­a londrinens­e. Há muito o que desenvolve­r”, comenta Oliveira.

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