Folha de Londrina

Kirchner e Macri medem forças

- France Presse

- O retorno às urnas da ex-presidente Cristina Kirchner como précandida­ta ao Senado pela oposição ao presidente Mauricio Macri concentrou as atenções neste domingo (13) das primárias obrigatóri­as na Argentina para as eleições legislativ­as de 22 de outubro. Analistas políticos concordam que a votação marca o futuro tanto de Macri como de Kirchner. As primárias podem ser considerad­as um plebiscito sobre o governo de Macri e um teste para medir a força da oposição. “É um passo importante para confirmar tudo o que viemos fazendo. Espero que em todos lados nos expressemo­s a favor dessa mudança”, disse Macri.

Kirchner, 64, aspira ser senadora pela província de Buenos Aires. A ex-presidente (2007-2015) fundou em 2017 um pequeno partido de centro-esquerda e se afastou do opositor Partido Justiciali­sta (PJ, peronista) que ainda controla o Congresso. A campanha se baseou no lema “Assim não podemos continuar”. Em sua última mensagem na quinta-feira pediu aos eleitores que lembrem “dos que perderam o trabalho ou vivem com medo de perdê-lo, dos que o salário não chega ao fim do mês, ou dos que não podem comprar comida como antes, ou pagar a luz, o gás ou a água. Esse deve ser o limite para este governo”.

Macri, 58, tem um ano e meio de governo, sem conseguir os prometidos investimen­tos estrangeir­os. A inflação disparou em 2016 e nos primeiros sete meses de este ano acumula 13,9%, o desemprego cresceu, assim como a pobreza, e a economia estagnou. Enquanto isso, bancos, mineradora­s e produtores de soja admitem lucros multimilio­nários. Macri defende, por outro lado, ter eliminado o controle cambial que Kirchner (20072015) estabelece­u em seu mandato.

“Macri busca acumular forças para assegurar governabil­idade e a oposição um sinal ao governo de está fazendo as coisas mal”, sintetizou à AFP o sociólogo e consultor Ricardo Rouvier.

Buenos Aires

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