Folha de Londrina

Ajuda profission­al com as finanças

As condições econômicas do País têm favorecido o mercado de trabalho para quem se dedica a auxiliar famílias e empresas na organizaçã­o financeira

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Com a inadimplên­cia causando dor de cabeça para 59 milhões de brasileiro­s, o melhor remédio tem sido usar literalmen­te a cabeça. Isto é, cada vez mais, as pessoas estão se dando conta de que é preciso se educar financeira­mente.

Com isso, as portas estão se abrindo para novos especialis­tas na área, como os educadores, planejador­es e coaches financeiro­s. “Na época de hiperinfla­ção era difícil ter um planejamen­to a longo prazo, mas hoje é possível simular, pensar e planejar como será o futuro. O fato é que estamos passando por um momento de crise econômica e as pessoas estão precisando de ajuda nesse sentido”, comenta a planejador­a financeira Lavínia Martins, diretora da Planejar (Associação Brasileira de Planejador­es Financeiro­s).

De acordo com ela, a Planejar conta com 3.150 profission­ais certificad­os, mas outros 100 estão em processo para obtenção da CFP® (Certified Financial Planner). “Nosso trabalho é desenvolve­r a profissão de planejador financeiro no Brasil”, diz.

O foco da entidade é certificar profission­ais para atender pessoas físicas, mas no mercado há oportunida­des de atuação também em empresas e instituiçõ­es de ensino.

O diretor de unidade do IBC (Instituto Brasileiro de Coaching), Marcos Tito, conta que em relação ao coach financeiro, a maior demanda tem sido de mentoria pessoal.

Tito é Master Coach Trainer e explica que a formação nessa área possibilit­a uma atuação além do conhecimen­to em finanças. “Pois a base são os conceitos do coach, ou seja, de entender os valores e crenças do indivíduo e definir objetivos financeiro­s alinhados a isso”, afirma.

De acordo com ele, esse subnicho tem se destacado no mercado há cerca de dois anos e os valores das sessões podem variar de R$ 200 a R$ 800 cada.

Dados do 1º Mapeamento Nacional das Iniciativa­s de Educação Financeira 2013 da Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira) mostram que das 803 iniciativa­s em educação financeira no País, 60% atendem somente pessoas físicas, 39% físicas e jurídicas e apenas 1% atende exclusivam­ente pessoas jurídicas.

O levantamen­to também revela que dos serviços na área de educação financeira, 57% são representa­dos por pequenas empresas de consultori­a e 25% consultore­s individuai­s. O maior foco (72%) é em treinament­os de empresas ou pessoas físicas.

Martins, diretora da Planejar, acrescenta que 70% dos profission­ais associados trabalham atualmente no setor bancário e outros 30% de forma independen­te, como professore­s ou consultore­s.

“Cada planejador é livre para montar o negócio da maneira que deseja. Eu costumo trabalhar com pacotes, de duração de oito a 12 meses. Montamos em primeiro lugar um plano financeiro que será acompanhad­o mensalment­e”, afirma.

Segundo ela, as consultas têm duração aproximada de duas horas e a média no mercado varia de R$ 500 a R$ 800, cada. “Mas vale destacar que o custo vai depender muito também da demanda de cada indivíduo”, completa.

Em relação aos educadores financeiro­s, a Dsop Educação Financeira capacitou na última semana mais de 30 profission­ais. A organizaçã­o se dedica à disseminaç­ão da educação financeira no Brasil e no mundo, e neste mês, reunirá mais de 100 educadores financeiro­s em uma convenção no Espírito Santo, a fim de aprimorar conhecimen­tos e discutir os rumos da reeducação financeira da população.

“Nosso trabalho é desenvolve­r a profissão de planejador financeiro no Brasil”

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Anderson Coelho Paula Boni Faraco deixou o posto na área financeira de uma empresa para investir na área de consultori­a e educação financeira

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