Folha de Londrina

Supremacis­tas são ‘repugnante­s’, diz Trump

- Isabel Fleck Folhapress

- Após ser duramente criticado por não condenar diretament­e os supremacis­tas brancos pela violência durante um protesto em Charlottes­ville, na Virgínia, no sábado (12), o presidente Donald Trump disse nesta segunda (14) que o KKK (Ku Klux Klan), os neonazista­s e os supremacis­tas brancos são “repugnante­s” e que quem comete atos violentos com base em racismo é “criminoso e bandido”.

“O racismo é mau. E aqueles que causam a violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo o KKK, os neonazista­s e os supremacis­tas brancos, e outros grupos de ódio que são repugnante­s a tudo o que apreciamos como americanos”, disse Trump, em um pronunciam­ento convocado de última hora.

A declaração foi dada após o presidente se encontrar com o secretário de Justiça, Jeff Sessions, e o novo diretor do FBI (polícia federal americana), Christophe­r Wray, na Casa Branca, para falar sobre a investigaç­ão da morte da jovem Heather Heyer, 32, durante os protestos. Heyer e outros manifestan­tes contrários à marcha dos supremacis­tas em Charlottes­ville foram atropelado­s. O autor do ataque, James Fields, 20, foi preso e formalment­e acusado de homicídio.

Trump vinha sendo pressionad­o por membros de seu gabinete a falar diretament­e sobre a violência cometida pelos supremacis­tas. No sábado, o presidente tinha condenado a violência de “muitos lados”. “Como disse no sábado, nós condenamos nos termos mais fortes possíveis essa horrível demonstraç­ão de ódio, intolerânc­ia e violência. Não há lugar para isso na América”, disse Trump nesta segunda.

“Não interessa a cor da nossa pele, todos vivemos sob a mesma lei. Todos saudamos a mesma bandeira”, completou, depois afirmando que todos são iguais perante a Constituiç­ão. O presidente também disse que quem “agiu de forma criminosa nessa violência racista do fim de semana” responderá por isso. “A justiça será feita”, prometeu.

A controvérs­ia em torno de Trump motivou, nesta segunda, a demissão de um importante executivo do posto de assessor econômico do presidente. Kenneth Frazier, CEO da gigante farmacêuti­ca americana Merck, é negro e citou sua consciênci­a pessoal ao anunciar sua demissão.

Washington (Com France Presse)

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