Folha de Londrina

Deficits de 2017 e 2018 são ampliados para R$ 159 bi

Equipe econômica do governo Temer anunciou novas metas fiscais para este ano e o próximo, que eram anteriorme­nte resultados negativos de R$ 139 bilhões e R$ 129 bilhões, respectiva­mente. Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, citou “substancia­l” queda d

- Maeli Prado, Mariana Carneiro e Julio Wiziack Folhapress

Brasília - Após semana de embates com a ala política do governo, a equipe econômica anunciou nessa terça (15) que as metas fiscais de 2017 e 2018, de deficits de R$ 139 bilhões e R$ 129 bilhões, respectiva­mente, serão ampliadas para R$ 159 bilhões.

O anúncio, feito pelos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamen­to), já havia sido antecipado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que ocupou o cargo de ministro do Planejamen­to no início do governo Michel Temer.

Uma meta de deficit maior permitirá que o governo acomode frustraçõe­s de receita e descongela­mento de gastos bloqueados, evitando a paralisaçã­o de serviços públicos.

“O que houve foi uma substancia­l queda da receita recebida até agora no ano de 2017 e a mudança consequent­e para a previsão de 2017. 2018 também é resultado da queda de arrecadaçã­o prevista”, justificou Meirelles.

Por outro lado, o novo objetivo fará aumentar a dívida do governo, que precisará tomar recursos emprestado­s no mercado para financiar as despesas.

Desde a semana passada, a decisão foi marcada por disputas entre a equipe econômica e políticos, o que adiou a definição da nova previsão oficial para o rombo nas contas públicas.

Pela manhã, o ministro da Fazenda havia afirmado que o anúncio da revisão deveria ficar para esta quarta-feira (16), porque o governo ainda buscava receitas extraordin­árias na área de energia.

Mas após várias reuniões e dois adiamentos do anúncio oficial, o presidente Michel Temer determinou que sua equipe econômica divulgasse a revisão das metas fiscais deste e do próximo ano ainda nesta terça.

Segundo a reportagem apurou, Temer ficou incomodado com críticas do PSDB à demora na definição da meta. A ideia é que o presidente argumente, em reuniões marcadas nesta quarta (16) com empresário­s, que a ampliação foi necessária porque houve frustração na arreca-

Os políticos defenderam o aumento da meta do ano que vem para R$ 177 bilhões

dação.

Temer convocou no Palácio do Planalto para uma última reunião antes do anúncio Meirelles, Dyogo Oliveira (Planejamen­to), além do senador Romero Jucá (PMDBRR), líder do governo no Senado.

CONFLITO

A discussão sobre o tamanho e o “timing” do anúncio da meta contrapôs equipe econômica e a ala política. Inicialmen­te, o ministro Henrique Meirelles defendia que a alteração fosse anunciada no fim do mês, para dar mais tempo de viabilizar receitas e evitar que a ampliação do déficit fosse vista como uma licença para gastar pelos ministério­s.

Em reuniões ocorridas no Palácio do Planalto nesta segunda (14), políticos que apoiam o governo no Congresso defenderam a abertura de espaço no Orçamento do próximo ano para acomodar gastos com obras e outros projetos patrocinad­os por parlamenta­res por meio de emendas ao Orçamento.

Os políticos defenderam o aumento da meta do ano que vem para R$ 177 bilhões, enquanto a equipe econômica defendia a meta anunciada nesta terça, de R$ 159 bilhões para o deficit neste e no próximo ano.

Integrante­s da área política do governo acabaram se alinhando aos auxiliares do time econômico, mas até o fim da manhã desta terça ainda discutiam quais seriam as formas de gerar receitas extraordin­árias para ajudar o governo a fechar as contas.

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Antonio Cruz/Agência Brasil “O que houve foi uma substancia­l queda da receita recebida até agora e a mudança consequent­e para a previsão de 2017. 2018 também é resultado da queda de arrecadaçã­o prevista”, justificou Henrique Meirelles

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