Folha de Londrina

VOLTANDO A SORRIR -

Projeto em Londrina trata e previne a mucosite, inflamação provocada pelo tratamento oncológico, em crianças e adolescent­es. Miguel Boccato, cinco anos, é um dos atendidos

- (P.M.)

Quem vê hoje o pequeno Miguel Motta Boccato, 5, não imagina o que ele já passou. Em 2015, o garoto descobriu que tem leucemia. Os sintomas da doença vieram após a festa de aniversári­o de quatro anos. “Fizemos a festa para ele e percebemos que não brincava, que queria só colo e nem os presentes quis abrir. Achamos estranho e procuramos vários médicos. Era dor de garganta, febre constante e não melhorava”, relembra a mãe, Érica Motta Boccato.

Foi somente depois de muitos exames e consultas que a doença do filho foi constatada. Ele iniciou imediatame­nte o tratamento no Hospital do Câncer de Londrina, ficando internado 33 dias na primeira vez. “Ouvíamos falar da doença, mas nunca imaginamos que ia acontecer conosco. Perdemos o chão quando descobrimo­s”, diz Geraldo Júnior Boccato, pai de Miguel. “Quando saímos do hospital passamos o Natal somente nós três em casa porque ele estava com a imunidade muito baixa.”

Logo após iniciar uma das etapas mais agressivas da quimiotera­pia, um novo susto, Miguel estava com mucosite. O estado de saúde piorou e o menino precisou ficar 12 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratar o problema. Neste período, mal conseguia falar e não pôde comer e nem consumir nenhum líquido. A inflamação era tão grave, que se espalhou por todo o trato gastrintes­tinal da criança. Por conta do estado debilitado, contraiu pneumonia.

“Após essa internação ele voltou para casa e ficou um bom tempo sem fazer as sessões de quimiotera­pia, até que melhorasse bem. Quando voltou, começou o ‘Projeto Sorrir’ no hospital e ele participou. Depois do tratamento odonto-oncológico melhorou o estado dele e nunca mais teve a mucosite ou qualquer outra ferida, mesmo fazendo a quimiotera­pia. Para nós foi um alívio”, contaram os pais.

Atualmente, o garoto está na fase de manutenção da doença, com sessões de quimiotera­pia a cada 20 dias. Moradores de Bela Vista do Paraíso (Região Metropolit­ana de Londrina), os pais comemoram a nova vida da família, que é formada por mais dois filhos, sendo uma mais velha e outro mais novo que Miguel. “Aprendemos a dar mais valor para as pequenas coisas”, emociona-se Érica, enquanto Miguel, com um lindo sorriso, mostra que maiores que as dificuldad­es são as vitórias.

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Saulo ohara
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Geraldo e Érica Motta Boccato com Miguel, diagnostic­ado com leucemia: tratamento trouxe alívio

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