Folha de Londrina

Inflação menor causará perda de R$ 19 bi em 2017

- Idiana Tomazelli, Adriana Fernandes, Eduardo Rodrigues, Lorenna Rodrigues Agência Estado

Brasília - O rápido processo de desacelera­ção da inflação é um dos principais fatores que levaram à revisão das metas fiscais de 2017 e 2018, disse nesta terça-feira, 15, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Segundo cálculos do governo, o ritmo menor de aumento de preços vai provocar sozinho uma frustração de R$ 19 bilhões na arrecadaçã­o deste ano. Em 2018, o efeito é ainda mais intenso, com perda de R$ 23 bilhões entre receitas de tributos e da Previdênci­a Social.

“A desacelera­ção da inflação é boa notícia para o País e para atividade no futuro, mas tem efeito importante agora, que é exatamente uma mudança na expectativ­a de arrecadaçã­o”, disse Meirelles. Quando a inflação fica menor, os preços da economia como um todo avançam menos, afetando o ritmo de arrecadaçã­o de tributos.

O ministro destacou que no momento da fixação da meta fiscal de 2017, em julho do ano passado, o Boletim Focus apontava projeções de 5,4% para a inflação neste ano. Em 10 de julho deste ano, essa estimativa já era bem menor, de 3,28%. Agora, essa previsão é de 3,5%. “Pode haver recuperaçã­o dessa expectativ­a para inflação até o fim do ano”, afirmou Meirelles.

Dos R$ 19 bilhões de frustração de receitas que o governo deve ter neste ano por causa da inflação menor, o governo já observou nos números da arrecadaçã­o um impacto de R$ 7,2 bilhões até junho de 2017, com os resultados já apurados.

O mesmo problema foi observado em 2018. No momento da fixação da meta, em abril deste ano, a previsão de mercado era de inflação em 4,5% no ano que vem. Hoje, os economista­s já projetam alta de 4,2%.

Além da inflação menor, o aumento da provisão para perdas de crédito do sistema financeiro também afeta a arrecadaçã­o de tributos. “Isso ocorre à medida que há endividame­nto maior das empresas, resultado da recessão muito forte durante dois anos. Então, temos esse aumento de projeção de perdas, temos maior problema das empresas com efeito maior nos bancos e na capacidade das empresas que pagar impostos”, explicou Meirelles

Na análise apenas dos impostos pagos pelo sistema financeiro, a queda foi substancia­l, destacou o ministro. De julho do ano passado até agora, o recuo nessas receitas foi de 46%.

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