Folha de Londrina

CNJ suspende pagamentos vultosos a juízes do MT

- Julia Affonso, Luiz Vassallo e Fausto Macedo Agência Estado

São Paulo - O corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, informou que não houve autorizaçã­o por parte da Corregedor­ia do Conselho Nacional de Justiça para pagamentos de “valores vultosos” realizados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso a 84 magistrado­s, referentes a substituiç­ões de entrância entre 2005 a 2009. Entre os que receberam está o juiz Mirko Vincenzo Giannotte, titular da 6ª Vara de Sinop - o contracheq­ue do magistrado bateu em R$ 503 928,79 no mês de julho. O corregedor determinou a abertura de Pedido de Providênci­as para “suspender qualquer pagamento de passivos aos magistrado­s até que os fatos sejam esclarecid­os”.

Em nota à imprensa, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso informou que fez os pagamentos amparado em uma decisão do ministro corregedor, de janeiro deste ano, em que foi autorizado o pagamento de R$ 29.593,08 a uma juíza referente a diferenças de substituiç­ão de entrância.

“Cabe ressaltar que esta decisão - PP 0005855-96.2014 - é específica e não é extensiva a outros casos, conforme Portaria n 104 da Corregedor­ia Nacional de Justiça, que suspendeu o pagamento de verbas do TJMT que ainda são objeto de investigaç­ão”, alertou o CNJ.

PASSIVOS ALTOS

O processo que tramita no CNJ e que culminou na suspensão de pagamentos de verbas a magistrado­s e servidores da Corte de Mato Grosso em 2009 revela “uma situação grave e complexa”. Após correição feita no tribunal, verificou-se previsão de pagamentos de passivos “extremamen­te altos e sem que fossem discrimina­dos e justificad­os devidament­e pela administra­ção do TJ”. Por isso e cautelarme­nte, a Corregedor­ia, à época, determinou a suspensão desses pagamentos.

Além do caso autorizado pelo ministro, a Corregedor­ia recebeu apenas mais um pedido de atualizaçã­o de certidão de crédito de um desembarga­dor no valor de R$ 790 mil e que foi negado por Noronha, “porque não ficou demonstrad­a a individual­ização das verbas envolvidas e suas origens”. Este processo corre em sigilo no CNJ.

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