Folha de Londrina

TCU vai tentar impedir renovação do pedágio no PR

Ministro Vital do Rêgo Filho disse em Curitiba que o órgão “vai entrar com processo” para garantir novas concessões em 2021

- Reportagem Local

Adiretoria de Comunicaçã­o Social do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) divulgou nota nesta sexta-feira (18), segundo a qual, o Tribunal de Contas da União (TCU) está “iniciando ações para que não sejam prorrogado­s os contratos de concessão de pedágio nas rodoviais federais do Paraná”, que vencem em 2021. A informação foi prestada ao presidente do TCE-PR, conselheir­o Durval Amaral, pelo ministro Vital do Rêgo Filho, que é o responsáve­l pela unidade do TCU no Paraná: a Secretaria de Controle Externo (Secex-PR).

Segundo a assessoria, o ministro foi a Curitiba “avaliar o trabalho que vem sendo desenvolvi­do pela Secex”. No encontro com Amaral, Vital do Rêgo teria destacado o trabalho que já foi realizado pelo TCE-PR nessa área, com auditorias em duas concession­árias, que apontaram valor excessivo da tarifa de pedágio. “Durval informou ao ministro do TCU que a questão do pedágio será objeto de análise do TCE no próximo ano, já que, em 2017, as ações principais estão voltadas às áreas do sistema prisional e do ensino superior e à fiscalizaç­ão in loco em 100 municípios paranaense­s”, diz a nota.

A diretoria de Comunicaçã­o ainda sustenta que a “União deve entrar com processo para que os atuais contratos de pedágio das rodovias, que se encerram em quatro anos, sejam concluídos, propondo refazêlos. O atual custo das tarifas é muito elevado e prejudica a economia paranaense, especialme­nte, os produtores agrícolas”, afirmou Vital do Rêgo, segundo a nota.

Durval Amaral disse que “havia a expectativ­a de que, ao fim dos contratos, o anel rodoviário teria sido totalmente duplicado e isso não deve acontecer.”

O TCU quer evitar a prorrogaçã­o antecipada dos contratos de concessão, para que em 2021 sejam realizadas novas licitações, “com base na experiênci­a acumulada nos 20 anos de atuação das atuais concession­árias do sistema rodoviário”. “Temos informação do setor produtivo de que a soja que é transporta­da do norte do País, por algumas rotas, acaba chegando ao porto com menor gasto do que a que vem do Oeste do Paraná, em função do custo do pedágio”, disse João Manoel da Silva Dionísio, coordenado­r da Secex-PR, que acompanhou a visita do ministro.

RESISTÊNCI­A

Embora o discurso oficial seja de que o governo do Estado não pretende renovar os atuais contratos, entidades empresaria­is do Paraná desconfiam que essa possibilid­ade existe. Única entre as maiores entidades a defender a renovação, a Federação da Agricultur­a (Faep) chegou a divulgar em seu site, em dezembro de 2015, que o governador Beto Richa (PSDB) foi a Brasília defender a renovação no Ministério dos Transporte­s. O anel rodoviário paranaense é composto por estradas estaduais e também federais delegadas pela União ao Paraná. Por isso, o Estado não pode decidir sozinho sobre os contratos.

A reportagem tentou contato no início da noite desta sexta-feira com representa­ntes da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Organizaçã­o das Cooperativ­as (Ocepar) entidades que lutam contra a renovação das concessões -, mas não conseguiu encontrar os assessores. Por meio da assessoria, o governo do Estado reafirmou que não estuda renovar os contratos.

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Ricardo Chicarelli/10-07-2017 Atuais tarifas são considerad­as altas pelas entidades empresaria­is e o tribunal de contas

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