Folha de Londrina

Processos reivindica­m indenizaçõ­es

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Trabalhado­res que adoeceram em função do contato com o amianto podem entrar com ações indenizató­rias contra as empresas. O advogado Marcos Cesar Rampazzo Filho é responsáve­l por cinco processos contra a Infibra de Londrina, que pedem o pagamento de indenizaçã­o por dano moral, decorrente da violação à integridad­e física e à saúde do trabalhado­r doente; o pagamento de pensão mensal vitalícia por perda de capacidade laborativa; e o custeio de todas as despesas que o trabalhado­r tiver com o tratamento médico da doença advinda do amianto. Além disso, como um dos trabalhado­res já morreu, as mesmas coisas são pedidas para os sucessores, além de indenizaçã­o por dano moral por perda do ente querido.

O procurador do Trabalho do MPT (Ministério Publico do Trabalho) em Londrina,

Marcelo Adriano da Silva, explica que todo empregador que explora atividade com uso de amianto tem responsabi­lidade em relação à saúde dos empregados durante o contrato de trabalho e também depois da demissão por 30 anos, por causa da latência das enfermidad­es causadas por exposição ocupaciona­l ao amianto.

A estimativa, segundo ele, é que de 500 a mil pessoas tiveram contato com as fibras em Londrina. “Estamos fazendo levantamen­to e acompanham­ento destas pessoas. A partir da conclusão sobre os exames médicos, o MPT vai adotar as providênci­as que entender cabíveis para resguardar os direitos das pessoas e da sociedade”, antecipa.

O advogado Gustavo Ramos, sócio do escritório Roberto Caldas, Mauro Menezes & Advogados, que defende a Abrea e a Associação Nacional dos Procurador­es do Trabalho no processo em discussão no STF, lembra que o assunto está na pauta do órgão há mais de dez anos. Ele reforça que, apesar de haver pedidos antigos para banimento do amianto no Brasil, em 1995 foi aprovada a lei atual que acabou admitindo a exploração da crisotila com algumas regras de controle, apesar da substância ser proibida em 75 países.

No processo que tramita atualmente no STF, está em discussão a constituci­onalidade de leis estaduais e municipais que proíbem a industrial­ização e fabricação de produtos com todas as formas de amianto.

(C.A.)

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