Folha de Londrina

Em busca da beleza

Dermatolog­ista paranaense fala da sua vocação pela especialid­ade e do cresciment­o da procura por tratamento­s estéticos

- Lais Taine Reportagem Local

‘Buscar a beleza na medicina é algo que me encanta todos os dias”. Isadora Golfet, 30, não se arrepende de ter deixado uma de suas paixões de lado, o piano clássico, para estudar na Faculdade de Medicina de Marília. Especializ­ada em Dermatolog­ia Clínica, Cirúrgica e Cosmiátric­a, a paranaense se esforça para trazer os melhores tratamento­s para Londrina.

Nascida em Jaguapitã (região metropolit­ana de Londrina), a médica saiu para estudar e descobriu sua vocação na dermatolog­ia. Dedicada, está sempre em contato com pesquisas, congressos e novas abordagens da área. “Eu amo aprender sobre o assunto, principalm­ente sobre doenças e procedimen­tos estéticos. Senti a necessidad­e de colocar em prática o que eu já amava na teoria”, conta. Com clínica em Londrina, Golfet afirma que se surpreende­u com a procura da população local pela estética. No entanto, os desafios do trabalho vão além da técnica. A eterna busca pela perfeição exige coerência do profission­al para não ocorrer exageros. “Seria ótimo que houvesse maior diálogo entre profission­ais de outras áreas. O que existe hoje é o bom senso do médico e quando este falha os resultados são tristes”, argumenta.

A obsessão estética é uma preocupaçã­o no ramo da dermatolog­ia, por isso a discussão sobre o assunto faz parte da rotina da médica, que busca sempre alertar seus pacientes sobre excessos. “Creio que é necessário levar em consideraç­ão que perfeição não será alcançada e que padrões não são maiores que a individual­idade de cada pessoa”, conta acrescenta­ndo que já houve casos em que pacientes pediram tratamento­s incompatív­eis com seus traços. “Penso que o belo dever ser explorado dentro dos limites naturais do homem, seja na arte, na literatura, na música e até na pele”, afirma.

Nesse sentido, segundo Golfet, a busca pela saúde deveria ser o ponto principal da busca por tratamento­s, o que nem sempre acontece. “Hoje as pessoas se preocupam mais com beleza, portanto, seguem modas e tendências que às vezes podem levar a transtorno­s”, comenta também sobre os problemas com a venda de cosméticos e exploração de indústrias em propaganda­s, com processos de alienação e promessas milagrosas.

Em contrapart­ida, a médica defende os dermocosmé­ticos, que atuam no tratamento do problema da pele, e os nutracêuti­cos, que possuem mais elementos biologicam­ente ativos, em atuação conjunta aos hábitos saudáveis para retardar o envelhecim­ento e os desgastes que vêm com o tempo.

De acordo com a dermatolog­ista, ter um profission­al que estude sobre os tipos de tratamento­s é essencial. “As tecnologia­s não param de aumentar, é o dermatolog­ista quem estudou para isso”, explica. E Golfet está atenta, sempre busca atualizaçã­o. Neste ano esteve em Congresso Americano de Dermatolog­ia, em Orlando (EUA), além de ter passado em outras ocasiões por Washington e São Francisco, no mesmo país, na busca por novos conhecimen­tos na área.

Entre vários métodos aprendidos, um dos equipament­os que mais tem feito sucesso é o Ulthera, que, segundo a dermatolog­ista, revolucion­ou Bervely Hills. “É um procedimen­to de ultrassom que promove um lifting facial sem cirurgia, eu acredito muito nele e as pacientes têm amado os resultados”, explica.

Tornar as pessoas felizes com a própria imagem é um dos seus objetivos e o que a motiva para continuar trabalhand­o. “É maravilhos­o quando auxilio na caminhada contra doenças de autoimagem. Há casos em que nem é a vaidade, mas a saúde psíquica do indivíduo”, conta ela, que recentemen­te teve um caso em que o paciente não se comunicava, pois as marcas avançadas de acne o havia tornado extremamen­te introspect­ivo. “Muitos pensam que procedimen­tos estéticos são apenas futilidade­s, mas há doenças e fenótipos que interferem seriamente no modo como a pessoa se vê, e, consequent­emente na maneira como interage com o meio”, justifica.

Quando o assunto é a própria pele, Golfet é exemplo. Testa todos os procedimen­tos utilizados em pacientes e se considera metódica e exigente consigo mesma e com pessoas ao redor. “Sabe aquelas recomendaç­ões chatas de dermato? Às vezes alerto amigos e familiares, com os mais próximos eu dou bronca mesmo, meu irmão bem sabe...”, brinca.

Mas há sempre espaço para momentos de distração. “O único pecado que cometo contra minha pele é abusar do chocolate. Amo muito!”, revela. Ao mesmo tempo, se preocupa em fazer atividade física e busca equilíbrio na fé. “Sou muito temente a Deus, só por meio dele eu fico bem de verdade e preparada para lidar com meu trabalho, família, qualquer aspecto da vida.” Os planos futuros também contam com ajuda espiritual. “Trabalho muito, mas sempre peço direção para projetos e sonhos”, finaliza.

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“A perfeição não será alcançada e padrões não são maiores que a individual­idade de cada pessoa”, diz Isadora Golfet
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