Folha de Londrina

Orgulho, eu? Claro!

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O orgulho é a mola propulsora da humanidade. O homem não teria chegado aonde chegou na sua trajetória sobre a Terra se não fosse um animal orgulhoso. É por causa do orgulho de ser o que é, ou querer ser melhor do que é, que o homem busca vencer seus limites e aí conquistar posição e se destacar na sociedade. Desta forma, ele inventa coisas, descobre outras, remaneja aqui e ali, muda, compra, vende, constrói e empurra a civilizaçã­o adiante. Os grandes conquistad­ores do passado, e até do presente, foram e são movidos pelo orgulho. Acho que o único animal mais orgulhoso que o homem é o pavão, porém este não precisa provar mais nada para ninguém. Com receio de ser humilhado, o homem aprendeu a conviver com as agruras da existência tentando preservar o seu amor próprio. Insucesso nos negócios, frustraçõe­s privadas e públicas, tudo faz parte dos desafios da vida moderna que o homem enfrenta com seu orgulho intacto, confiante de que os superará. É exatamente o orgulho que faz o homem vencer os grandes infortúnio­s e as pequenas indignidad­es e seguir em frente. Portanto, diria que este é um orgulho “bom”. Ainda que seja difícil uma distinção, não confunda este “orgulho de sobrevivên­cia” com vaidade, presunção e avareza. São coisas distintas. Então, para nós, cristãos, o maior orgulho é ser filho de Deus! “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificad­o para mim e eu para o mundo” (Gálatas 6:14). “Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficênc­ia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor” ( Jeremias 9:24). Ainda que possa parecer um paradoxo: que o orgulho nos mova, mas que a humildade nos domine!

MOÁS LOURENÇO DE ALBUQUERQU­E (teólogo) – Londrina

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