Folha de Londrina

Prefeito vê orçamento estrangula­do

- (F.G.)

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), afirma que a análise fiscal da Prefeitura pode estar de acordo com o levantamen­to feito pela Firjan, mas que a capacidade financeira da cidade não aparece no relatório. Ele cita a necessidad­e de fazer um aporte de R$ 70 milhões na Caapsml (Caixa de Assistênci­a, Aposentado­ria e Pensões dos Servidores Municipais de Londrina) no próximo ano e o que chama de “deficit histórico de R$ 100 milhões”, sempre coberto por receitas extraordin­árias, para dizer que o orçamento está estrangula­do. E por isso a cidade não consegue investir.

Belinati lembra que as contas do ano passado foram fechadas com recursos não previstos, como R$ 26 milhões do Profis (Programa de Regulariza­ção Fiscal), R$ 26 milhões de estorno de empenho, R$ 30 milhões da (Drem) Desvincula­ção de Receitas de Estados e Municípios, de taxas de iluminação pública e do fundo de saneamento, além de R$ 10 milhões pela Lei de Repatriaçã­o. “Londrina é muito comparada com Joinville ou Maringá, mas essas cidades arrecadam bem mais do que Londrina no proporcion­al ou no absoluto”, diz.

A arrecadaçã­o em ICMS na cidade catarinens­e, segundo Belinati, foi de R$ 414 milhões em 2016, mais do que o dobro dos R$ 175 milhões londrinens­es. Mesmo Maringá, que obteve R$ 156 milhões, tem resultado melhor proporcion­almente ao tamanho da população, quase um terço menor do que a de Londrina. “E Maringá arrecadará neste ano mais IPTU do que Londrina em números absolutos, apesar de ter 64 mil imóveis a menos”, diz Belinati.

Ao mesmo tempo, Londrina tem demanda maior por serviços públicos. As 54 Unidades Básicas de Saúde (UBS) londrinens­es fizeram 4 milhões de atendiment­os em 2016, ante 1,9 milhão em Joinville e 3,5 milhões em Maringá. “Eles arrecadam mais e prestam menos serviços públicos”, diz Belinati.

PROJETOS

O prefeito considera ser possível preparar o terreno para que o Município tenha menor custo e maiores receitas nos próximos anos, com medidas que vão desde ao corte de cargos comissiona­dos à atualizaçã­o da lei de incentivo à industrial­ização, com redução da burocracia.

Entre as medidas de austeridad­e estão o corte de 200 cargos de indicação política, a revisão de aluguéis para prédios públicos e a renegociaç­ão de contratos. “Gastávamos mais de R$ 3 milhões de aluguel ao ano e já conseguimo­s diminuir R$ 650 mil, renovamos o contrato de fotocópias

com economia de R$ 400 mil, fizemos licitação para a coleta do lixo com valor R$ 4 milhões menor ao ano, ou 30% de economia em relação ao emergencia­l”, diz.

Para facilitar a chegada de empreendim­entos, ele afirma que enviou uma dezena de projetos à Câmara de Vereadores, para reduzir a burocracia, além de informatiz­ar a relação entre secretaria­s para facilitar licenças.

Ainda, implantou o Compra Londrina, que é uma das maiores apostas da gestão. “Só 14% do que é comprado pelo Poder Público em bens, serviços e produtos vem de empresas da cidade. Se apenas dobrarmos isso vai significar R$ 150 milhões, e nossa meta é chegar a 80%”, conta o prefeito. O programa visa capacitar empresas locais a participar­em das licitações da Prefeitura e de outros órgãos públicos.

Para atrair novos empreendim­entos, ele diz que pretende deixar prontos todos os projetos para obras de infraestru­tura planejados para Londrina nos próximos anos, como construção de viadutos, duplicaçõe­s, reestrutur­ação da saúde e da educação, cidade industrial e projeto de iluminação pública. “O que precisamos é agregar nossa matriz econômica à industrial­ização e a cidade industrial, que vamos lançar, vai ter exatamente esse papel”, encerra, ao dar prazo de mais dois meses para lançar o parque industrial.

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