Maioria dos londrinenses terá aumento no IPTU
A última atualização da planta ocorreu em 2001, no primeiro ano do primeiro mandato do ex-prefeito Nedson Micheleti Corresponde a 37% dos 215 mil cadastrados no município
O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), protocolou na última semana cinco projetos de lei na Câmara de Vereadores. O pacote inclui a PGV (Planta Genérica de Valores) - base de cálculo para o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) - que não é atualizada há 16 anos.
O projeto que vai aumentar o imposto para a maior parte dos londrinenses de forma escalonada não foi detalhado e não é possível saber qual o percentual médio de reajuste. A única informação disponibilizada pelo prefeito e pelo secretário de Fazenda, Edson Antonio de Souza, é de que cerca de 80 mil imóveis terão reajuste no valor do IPTU entre 20% e 100%. Não há informações sobre os 63% dos imóveis.
Foi concedido um redutor de 60% a 70% nos valores venais de todos os imóveis. Além disso, em razão do escalonamento, em 2018, a alíquota seria 20% do que a atual. Na apresentação da nova PGV, o secretário citou como exemplo um imóvel, localizado em condomínio da zona sul, cujo valor venal é de R$ 233 mil, sobre o qual é recolhido o IPTU. Entretanto, foi comercializado por R$ 2,3 milhões.
Ou seja, em razão da falta de correção da planta, o IPTU é calculado sobre 10% do valor venal. Com a atualização feita agora, que consta da nova PGV, o valor venal iria para R$ 1,7 milhão, o que quer dizer que o imóvel em questão sofreu valorização de 630% em 16 anos.
Levantamento feito pela FOLHA com base na PGV revela supervalorização dos imóveis de Londrina desde 2001, data em que a planta foi atualizada pela última vez. A menor valorização – entre 190% e 400% – foi observada no centro; a maior foi em uma única quadra na Gleba Palhano (zona sul), de 3.900%.