Folha de Londrina

Ibiporã celebra Semana da Pessoa com Deficiênci­a

Entidades e conselho municipal organizara­m caminhada; objetivo é vencer as barreiras da desigualda­de

- Carolina Avansini Reportagem Local

Ibiporã

- Uma caminhada de pais, alunos, professore­s e gestores de entidades celebrou nesta segunda-feira (21), em Ibiporã (Região Metropolit­ana de Londrina), o início da Semana Nacional da Pessoa com Deficiênci­a. O tema celebrado foi “Pessoa com deficiênci­a: direitos, necessidad­es e realizaçõe­s”. O objetivo, de acordo com o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiênci­a e da Apae, Gilson Mensato, é quebrar tabus e vencer as barreiras da desigualda­de através da garantia de direitos.

Esta é a primeira vez que as três entidades – Apae, Apasi (Associação dos Pais e Amigos dos Surdos de Ibiporã) e Apadevi (Associação de Pais e Amigos dos Deficiente­s Visuais de Ibiporã) - se unem para chamar a atenção da comunidade para todos os serviços oferecidos no município. “Ibiporã tem atendiment­o a essa parcela da população bem organizado, mas ainda lutamos para que todos sejam tratados com respeito”, diz Mensato.

Conforme o presidente, a Apae atende 253 alunos, a Apadevi tem 92 e a Apasi reúne 44 pessoas atendidas. “Queremos agora saber quem são as pessoas que não estão recebendo atendiment­o. Por isso, solicitamo­s à secretaria municipal de Ação Social um cadastrame­nto de todas as pessoas com deficiênci­a do município”, explica ele, que tem uma filha com síndrome de down e atribui aos pais e profission­ais o mérito da qualidade de atendiment­o na cidade. “Nos organizamo­s para cobrar que haja políticas públicas”, diz.

O presidente lembrou que, graças à campanha Nota Paraná, a Apae de Ibiporã já arrecadou doações de R$ 30 mil apenas no município. “Agradecemo­s aos comerciant­es e à população que sempre nos apoiam”, diz.

A presidente da Federação das Apaes do Paraná, Neuza Soares de Sá, é de Ibiporã e também participou da caminhada. Ela alertou que a maior necessidad­e das Apaes do estado, hoje, é com relação à saúde dos alunos, pois das 336 associaçõe­s, apenas 245 estão credenciad­as ao SUS. “Além disso, recebemos o mesmo valor do Ministério da Saúde desde 2005, mas as demandas aumentaram muito. Isso precisa ser revisto”, pede.

Criada há 11 anos, a Apasi surgiu para oferecer aos surdos as ferramenta­s necessária­s para se comunicara­m e se socializar­em, como por exemplo a aprendizag­em da Libras (Língua Brasileira de Sinais). De acordo com a presidente da entidade, Ivete Pereira Semprebom, hoje a associação oferece projetos de informátic­a, dança, canto com as mãos e coreografi­as. “A maior preocupaçã­o é com os adolescent­es, pois nessa fase eles começam a perceber barreiras na comunicaçã­o e se isolam, o que pode favorecer a depressão”, alerta.

Aldema Araújo Pinholato é presidente da Apadevi que, desde 1988, oferece apoio para pessoas cegas ou com baixa visão em Ibiporã. “Nossa fundadora foi a professora Maria José Ferreira, que começou o trabalho de reeducação visual para que os alunos ganhem autonomia”, conta, lembrando que o centro oferece terapia, aulas de soroban e braile, além de apoio pedagógico para quem está na escola.

A diretora do Centro de Atendiment­o dos Deficiente­s Visuais, Elen Rantin, conta que a entidade faz também um trabalho pioneiro de prevenção, com ações em todas as escolas e centros de educação infantil do município para identifica­ção de crianças com deficiênci­a visual. “Só este ano foram 158 crianças encaminhad­as para atendiment­o”, conta.

“Ainda lutamos para que todos sejam tratados com respeito”

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SAulo OhArA Três entidades do município se uniram para chamar a atenção da comunidade para o tema
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