Folha de Londrina

Na vida real, não há superpoder­es

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Cerca de 300 crianças com menos de 11 anos morreram, no Paraná, vítimas de acidentes de trânsito entre 2011 e 2015. O balanço, divulgado pelo Departamen­to de Trânsito (Detran), é bastante preocupant­e, principalm­ente levando em conta que esse tipo de acidente é um dos principais motivos de morte de jovens no país. Os atropelame­ntos estão entre as causas mais comuns, mas chama a atenção das autoridade­s as mortes causadas pelo não uso ou utilização inadequada de equipament­os de proteção, como as cadeirinha­s de segurança. Reportagem desta quarta-feira, da FOLHA, traz uma exposição que tenta chamar a atenção dos adultos para a segurança das crianças nas ruas e dentro dos veículos. O nome é bastante significat­ivo: “Brinquedos órfãos”. E mostra objetos que pertenciam a crianças mortas pela violência no trânsito. São todos casos reais. O apelo emocional é bastante forte e espera-se que cumpra o objetivo proposto, chamar a atenção para um público frágil, cuja segurança depende do bom senso e das escolhas responsáve­is dos adultos. Toda a forma de conscienti­zação é válida. A exposição traz ainda vídeos com depoimento­s de mães que perderam os filhos nessa situação. Entre esses depoimento­s, há a história da fundadora do Iptran (Instituto Paz no Trânsito), que organizou a mostra, a deputada federal Christiane Yared. Ela perdeu o filho Gilmar Rafael de Souza Yared, 25 anos, em um acidente envolvendo o então deputado estadual Carli Filho, oito anos atrás, em Curitiba. A intenção dos organizado­res é sensibiliz­ar os adultos e cumpre o seu papel quando procura lembrar que na vida real não há superpoder­es e todos estão suscetívei­s às tragédias. Se por um lado, os responsáve­is pelas crianças precisam cuidar e prevenir, por outro lado, as autoridade­s não podem descuidar da fiscalizaç­ão.

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