Folha de Londrina

‘Coreia do Norte nunca entregará armas’

- Folhapress

- A capacidade nuclear de autodefesa da Coreia do Norte nunca estará na mesa de negociaçõe­s, disse um enviado de Pyongyang nesta terça-feira (22). O diplomata norte-coreano Ju Yong Chol se pronunciou durante a Conferênci­a sobre Desarmamen­to promovida pela ONU (Organizaçã­o das Nações Unida) depois que o embaixador dos Estados Unidos, Robert Wood, disse que a “prioridade máxima” do presidente Donald Trump é proteger seu país e aliados contra a “crescente ameaça” da Coreia do Norte.

“As medidas tomadas pela Coreia do Norte para fortalecer sua capacidade nuclear e desenvolve­r foguetes interconti­nentais são justificáv­eis e uma opção legítima para autodefesa em face das ameaças tão aparentes e reais”, disse Chol ao fórum em Genebra, na Suíça, fazendo referência a “constantes ameaças nucleares” por parte dos Estados Unidos.

Coreia do Norte e EUA viram a tensão entre os dois países aumentar após o progresso rápido do país asiático no desenvolvi­mento de armas nucleares e mísseis capazes de atingir o território continenta­l norteameri­cano. Em julho, a Coreia do Norte realizou testes de mísseis interconti­nentais, que repercutir­am em todo o mundo. Dias depois, Trump afirmou que o país vai responder com “fogo e fúria” caso Pyongyang faça novas ameaças.

Apesar das declaraçõe­s, Pyongyang não se intimidou e detalhou plano para atacar a ilha de Guam, no Pacífico. O projeto foi posteriorm­ente suspenso pelo ditador Kim Jong-Un, que advertiu que a sua execução dependeria do comportame­nto de Washington. “Enquanto a política hostil e a ameaça nuclear dos EUA continuare­m sem contestaçã­o, a Coreia do Norte nunca colocará sua capacidade nuclear de autodefesa na mesa de negociaçõe­s”, afirmou o diplomata Chol.

Nesta segunda (21), EUA e Coreia do Sul iniciaram exercícios militares conjuntos. Segundo o presidente sulcoreano, Moon Jae-in, as atividades são defensivas e não almejam elevar a tensão na península coreana. Para Pyongyang, entretanto, as manobras são provocaçõe­s e um teste para invasão de seu território.

São Paulo

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