Coreografia do Apocalipse
Problemáticas contemporâneas que têm levado a humanidade a sentir-se próximo do Apocalipse inspiraram os mais novo espetáculo do Ballet de Londrina. Em “Oração pelo Fim do Mundo”, 13 bailarinos fazem um clamor em forma de coreografias pedindo a extinção da espécie humana. Retratando diversas formas de preconceito, intolerância, falta de compaixão e violência, a montagem será apresentada nesta quarta-feira (23), às 20h30, no Teatro Ouro Verde, dentro da programação da 49ª edição do Filo (Festival Internacional de Londrina), evento que conta com apoio do Grupo Folha de Comunicação.
“Oração pelo Fim do Mundo” é a 26º montagem do Ballet de Londrina. “Esse é o espetáculo mais pessoal e denso que já criei. É um recorte de várias fases da minha vida e um retrato da minha descrença na humanidade, que tem comprovado ser o único animal irracional do planeta. Estou levando para o palco temas atuais que reforçam essa minha visão como guerras, buiylling, homofobia, feminicídio em intolerância religiosa”, comentou Leonardo Ramos, diretor da companhia londrinense no ensaio aberto do espetáculo que aconteceu no mês de maio, marcando a despedida do Circo Funcart.
Segundo o diretor do Ballet, não se trata de uma crítica ou forma de protesto, mas uma constatação densa e expressiva sobre a descrença na humanidade. Outro ponto marcante da montagem apontado por ele é o rompimento com o estilo que se tornou sua marca registrada de suas coreografias. “Acabei desenvolvendo uma técnica de dança horizontalizada, mas desta vez coloquei os bailarinos para dança mais em pé. Acho que o artista não pode se acomodar. A gente tem que correr riscos o tempo todo”, disse Ramos.
No palco, em determinados momentos os bailarinos se portam como atores, conforme enfatizou o diretor. “São 14 bailarinos em cena e respeitar as diferenças de idade, crenças e técnicas é