Folha de Londrina

Moro manda prender réus condenados na Lava Jato

É a primeira ordem de prisão por execução provisória no Petrolão a levar réus soltos ao regime fechado, caso de Marcio Bonilho e Waldomiro de Oliveira

- Estelita Hass Carazzai Folhapress

Curitiba -

O juiz Sérgio Moro ordenou, nessa quarta-feira (23), a prisão do executivo Marcio Andrade Bonilho e de Waldomiro de Oliveira, que trabalhava com o doleiro Alberto Youssef - ambos condenados em segunda instância na Operação Lava Jato. É a primeira ordem de prisão por execução provisória na Lava Jato a levar réus soltos para o regime fechado.

Os dois respondiam ao processo em liberdade, mas o TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região ordenou a execução imediata da pena - que, segundo o entendimen­to do tribunal, vale após a condenação em segunda instância.

“Há uma ordem do Egrégio Tribunal Regional Federal [...] e não cabe a este Juízo questioná-la”, escreveu Moro. O juiz foi oficiado ne terça (22) pelo TRF para mandar cumprir a pena.

O entendimen­to do TRF é baseado em decisão do Supremo Tribunal Federal, que decidiu, por 6 votos a5, a favor da prisão de réus a partir da sentença em segunda instância.

Bonilho, representa­nte da Sanko Sider, que fornecia tubos à Petrobras, foi condenado a 14 anos de reclusão por lavagem de dinheiro e pertinênci­a à organizaçã­o criminosa. Já Oliveira pegou pena de 13 anos e 2 meses, pelos mesmos crimes.

Eles são acusados de participar de acertos de propina na obra da refinaria Abreu e Lima (Rnest), da Petrobras. Ambos contestam a sentença, que foi a primeira da Operação Lava Jato, em abril de 2015.

Na mesma ação, foram condenados o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, e os operadores Leandro e Leonardo Meirelles, Pedro Argese Júnior e Esdra de Arantes Ferreira - mas todos eles fizeram acordos de delação e cumprem pena em regime diferencia­do.

O despacho de Moro determina que eles sejam conduzidos a uma prisão estadual no Paraná ou à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

OUTRO LADO

O advogado de Waldomiro de Oliveira, Jeffrey Chiquini, informou que ainda não foi intimado da decisão e que não há mandado de prisão expedido, mas que irá recorrer da decisão. A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Marcio Andrade Bonilho. A defesa do executivo ainda recorre da sentença no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal).

LIBEROU GERAL

O ministro Gilmar Mendes, do STF, concedeu na terça (22) habeas corpus a três pessoas ligadas a suposto esquema de corrupção do ex-governador Sergio Cabral e presas preventiva­mente no Rio pela operação Ponto Final, desdobrame­nto da Lava Jato. Gilmar estendeu ao grupo o habeas corpus que havia concedido a Jacob Barata Filho, conhecido como “rei do ônibus”, e decretou medidas alternativ­as à prisão ao ex-presidente do Detro (Departamen­to Estadual de Transporte Rodoviário) Rogério Onofre, sua mulher Dayse Debora e David Augusto Sampaio. No total, dez investigad­os da Ponto Final já foram beneficiad­os por habeas corpus de Gilmar.

(Colaborou Letícia Casado/Folhapress)

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