Mercado já fala em Selic na casa dos 6%
São Paulo - O IPCA-15 (Índice de PreÁos ao Consumidor Amplo - 15) surpreendeu em agosto e reforÁou a percepÁão dos analistas de que o processo de desinflaÁão segue disseminado no Brasil, abrindo espaÁo para o Banco Central cortar os juros novamente em 1 ponto porcentual na reunião de setembro do Copom (Comitê de Política Monetária). Nesse cenário, aumentam as chances de uma Selic mais próxima a 7% no final do ano e já há quem fale na taxa caindo para a casa dos 6%.
O IPCA-15 subiu 0,35% em agosto (após cair 0,18% em julho), abaixo do esperado pelo consenso do mercado, que previa aumento de 0,40%, de acordo com o ProjeÁões Broadcast. Nos 12 meses encerrados em agosto, o índice acumula elevaÁão de 2,68%, arrefecendo de 2,78% no período finalizado em julho. Para a Capital Economics, o índice pode estar muito perto de atingir seu piso, mas o IPCA seguirá comportado nos próximos meses e bem abaixo da meta do BC, de 4,5%.
Nesse cenário, a continuidade do processo de desaceleraÁão inflacionária reforÁa o espaÁo para o BC cortar a Selic até 7% este ano ou mesmo abaixo disso, se as leituras do IPCA continuarem a surpreender, avalia o economista Daniel Gomes da Silva, do Modal Asset Management. A Infinity Asset já fala em juros caindo para 6,5% em 2018 caso ocorra aprovaÁão da TLP (Taxa de Longo Prazo) no Congresso, alguma versão da reforma da Previdência seja aprovada, a inflaÁão continue comportada e a confianÁa dos agentes não se deteriore, segundo o economistachefe da gestora, Jason Vieira.
No exterior, a percepÁão também é de preÁos comportados no Brasil. A inflaÁão segue sob controle e sem ser uma ameaÁa, na avaliaÁão do economista-sênior internacional da Pantheon Macroeconomics, Andres Abadia, sediado em Londres. Com este cenário, o economista da Pantheon acredita que o Banco Central do Brasil deve reduzir a taxa básica de juros para 7,25% ao ano até o fim de 2017.