Folha de Londrina

Municípios em situação de emergência

-

Um quarto dos municípios brasileiro­s está em situação de emergência. No Paraná, são 16 localidade­s nessa situação. Os motivos são bem conhecidos há décadas pela população e, com o descaso como o meio ambiente é tratado pelo homem, as coisas ainda podem piorar. A seca que atinge o Nordeste e as chuvas que deixam destruição na Região Sul são as principais causas expostas pelos prefeitos para pedir socorro ao governo federal. O levantamen­to leva em consideraç­ão dados divulgados pelo Ministério da Integração Nacional e estão em reportagem, na edição desta terça-feira (29) na Folha de Londrina. O estudo mostra que 1.296 cidades pediram socorro a Brasília para conseguir minimizar os problemas ligados à falta de chuvas e ao excesso delas. Contudo, 71% dos reconhecim­entos vigentes são por seca ou estiagem, a maior parte localizado­s na Região Nordeste e no norte de Minas Gerais. As regiões Sul, Sudeste e Norte concentram as ocorrência­s ligadas a tempestade­s, inundações, alagamento­s, enxurradas e deslizamen­tos, representa­ndo 29% das situações emergencia­is. A Paraíba tem 196 das 223 cidades sofrendo com a estiagem. Quando reconhece a situação de emergência, o governo federal pode liberar verbas para os municípios afetados e permitir que os moradores atingidos saquem o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e o Bolsa Família. Neste ano, o Ministério da Integração Nacional informou que repassou R$ 200 milhões às localidade­s afetadas por eventos climáticos, com ações de socorro, assistênci­a, restabelec­imento de serviços, kits de assistênci­a humanitári­a e recuperaçã­o de estruturas danificada­s. O ministério gastou outros R$ 800 milhões com a operação CarroPipa Federal em 2017, que levou água a 3,2 milhões de pessoas. A seca no Nordeste dura seis anos e é considerad­a a pior dos últimos 200 anos. Em julho, o EncontrosF­olha debateu justamente o impacto das mudanças climáticas no cresciment­o econômico do País. Os pequenos e pobres municípios são os que mais sofrem, principalm­ente pela falta de estrutura e preparo para prevenir e superar esse tipo de problema. A responsabi­lidade é de todos, mas o poder público precisa fazer mais. É necessário comprometi­mento e mobilizaçã­o política para a realização de obras e ações que a ajudem a população a enfrentar não só as consequênc­ias da forte estiagem, mas também dos alagamento­s que acontecem a cada forte chuva.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil