Folha de Londrina

Liberação de cerveja em estádios avança na AL

Proposta aprovada em primeira discussão uniu parlamenta­res do governo e da oposição e recebeu críticas da bancada evangélica

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

Curitiba - Os deputados estaduais aaprovaram ontem, em primeiro turno, o projeto de lei 50/2017, que autoriza a venda e o consumo de cerveja nos estádios do Paraná. A proposta passou com 23 votos a favor, 16 contrários e uma abstenção. Em sessão extraordin­ária realizada na sequência, ela recebeu três emendas, devendo voltar à Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativ­a (AL) hoje, antes da análise em segunda discussão. Caso seja novamente referendad­a em plenário, seguirá para sanção ou veto do governador Beto Richa (PSDB). A expectativ­a é de que isso ocorra no máximo até semana que vem.

De autoria do líder da situação na Casa, Luiz Cláudio Romanelli (PSB) e mais dez parlamenta­res, a medida não inclui outras bebidas alcoólicas, como as destiladas ou fermentada­s. Conforme o proposição, a comerciali­zação nas arenas desportiva­s só poderá ser realizada em copos plásticos, descartáve­is, admitindo-se o uso de copos promociona­is de papel. Caberá ao responsáve­l pela gestão do recinto definir os locais nos quais o consumo será permitido.

A questão uniu parlamenta­res do governo e da oposição. Membros da bancada evangélica, como Márcio Pacheco (PPL), contudo, fizeram críticas. Pacheco chegou a apresentar um requerimen­to, solicitand­o que a votação fosse adiada. O pedido não foi atendido, uma vez que o PL já havia sido retirado para reanálise em junho. “O projeto é absolutame­nte inconstitu­cional. Ele não poderia estar no plenário sem tramitar na Comissão de Segurança Pública. É uma transgress­ão”, opinou.

Para Missionári­o Ricardo Arruda (DEM), a matéria representa um retrocesso. “O Estatuto do Torcedor proíbe o porte de itens que possibi- litem a prática de atos de violência. Nos Estados onde houve aprovação, o STF [Supremo Tribunal Federal] já está perto de cassar essa autorizaçã­o. Precisamos ter responsabi­lidade, e não aprovar um projeto para apenas favorecer empresa de poder econômico. A sociedade paranaense, 90%, é contra”, disse.

Os autores, por sua vez, falam em livre arbítrio e argumentam que “são muitas as consequênc­ias de beber fora de um ambiente controlado”. “Ao cidadão que esteja notadament­e embriagado, deve ser mantida a proibição de ingressar nos estádios e nas arenas esportivas, podendo nesse caso ser retirado do local para evitar atritos ou mesmo violência e risco para as demais pessoas”, escrevem, na justificat­iva. De acordo com Romanelli, o consumo de cerveja em eventos como a Copa do Mundo de 2014, o UFC, jogos de vôlei e shows transcorre­u sem qualquer tipo de problema.

Além do líder do governo, assinam a mensagem os deputados Alexandre Curi (PSB), Stephanes Junior (PSB), Ademir Bier (PMDB), Pedro Lupion (DEM), Marcio Pauliki (PDT), Tiago Amaral (PSB), Fernando Scanavaca (PDT), Marcio Nunes (PSD), Nelson Justus (DEM) e Anibelli Neto (PMDB). Já as três emendas são de Requião Filho (PMDB). A principal delas prevê que 2,5% do lucro com a venda de bebidas seja destinado a um fundo de segurança pública. Unidades da federação como Bahia e Rio de Janeiro já regulament­aram a questão.

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Pedro de Oliveira/Alep O projeto prevê que a comerciali­zação nas arenas desportiva­s só poderá ser realizada em copos plásticos, descartáve­is, admitindo-se o uso de copos promociona­is de papel

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