Harvey pode desabrigar 30 mil em Houston
Tempestade derrubou casas, arrancou tetos e deixou ao menos três mortos e 15 feridos
Houston
- Os Estados Unidos esperam mais inundações em sua costa do Golfo pela tempestade Harvey, anunciaram as autoridades nesta segunda-feira (28), enquanto as chuvas torrenciais no Texas, em particular sobre Houston, deixam a quarta maior cidade de país literalmente de baixo d’água.
Em botes, caminhões, helicópteros, muitas vezes com água até a cintura, socorristas tentavam ajudar centenas de moradores desta metrópole de 2,3 milhões de habitantes e seus arredores. Espera-se uma maior intensidade para quarta (30) e quinta-feira (31).
O prognóstico é incerto, mas estima-se que Harvey se mova lentamente para leste por toda a costa nos próximos cinco dias até o Estado vizinho de Luisiana, onde o presidente Donald Trump declarou emergência para permitir às autoridades federais coordenar as operações de socorro.
A tempestade, que derrubou casas, arrancou tetos e privou de energia centenas de milhares de pessoas, deixou ao menos três mortos e cerca de 15 feridos. Aproximadamente 2.000 pessoas foram resgatadas e a Agência federal para a gestão de emergências estimava receber 30 mil pessoas em abrigos temporários. Em Houston, cerca de 5.500 habitantes já estavam em albergues, número que, segundo o prefeito, Sylvester Turner, aumentará de maneira “exponencial”. “As pessoas estão precisando de roupa, literalmente, chegam molhados”, disse. “Temos crianças, bebês, adultos. Eles precisam de roupa, comida, medicamentos”, afirmou.
No sudeste do Texas as precipitações já superaram os 50 centímetros desde a quinta-feira (24). Alguns lugares registraram mais de 70 centímetros. Há zonas onde poderá cair de 40 a 50 centímetros a mais de chuva nesta semana, segundo o Serviço Meteorológico Nacional. “É um acontecimento histórico, nunca vimos algo parecido”, disse o meteorologista Brock Long.
Harvey atingiu costa texana do Golfo de México na sexta-feira (25) com fortes ventos de 215 km/h. O furacão categoria quatro foi rebaixado para tormenta tropical e agora são chuvas torrenciais, não os ventos, que representam a maior ameaça.
Com as ruas alagadas, pessoas com dificuldade de circular e lojas fechadas, Houston estava paralisada. “É uma loucura ver como as ruas pelas quais você passa todos os dias estão completamente debaixo d’água”, disse à AFP John Travis, um morador da cidade.
As linhas dos centros de ajuda 911 estavam saturadas de telefonemas. “A água continua aumentando em toda a região”, disse o prefeito Sylvester Turner.