Folha de Londrina

Seca castiga o Nordeste

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Um dos principais dramas causados pela estiagem é a falta d’água nas torneiras. Em Fortaleza, o problema afetou 900 mil habitantes. Até a capital do País teve que pedir ajuda. Brasília, que passa por um racionamen­to de água, esteve em emergência por vários meses, de fevereiro a agosto deste ano. Além disso, há Estados quase inteiros em emergência, como a Paraíba, onde 196 das 223 cidades sofrem com a estiagem.

De acordo com o Cemaden (Centro de Monitorame­nto e Alerta de Desastres Naturais), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, os Estados em situação mais crítica no Nordeste são Pernambuco, Ceará e Paraíba, cujos reservatór­ios hídricos operam com 8%, 8,4% e 8,7% de sua capacidade, respectiva­mente, de acordo com o órgão. Mantida a seca severa até janeiro do ano que vem, os reservatór­ios podem ficar entre entre 5%e 7%.

Coordenado­r-geral de operações do Cemaden, o meteorolog­ista Marcelo Seluchi classifica a seca na região do semiárido nordestino, que já dura seis anos, como “sem precedente­s na história recente, pelo menos nos últimos 200 anos”. Segundo ele, é difícil explicar a gravidade da situação, mesmo do ponto de vista científico. “Tivemos um El Niño intenso, que justifica parte do problema, mas que durou só um ano e meio. Há momentos em que não houve nem El Niño, nem La Niña e a seca continuou. Ainda estamos tentando entender o fenômeno.”

O ministério aponta R$ 800 milhões gastos com a operação Carro-Pipa Federal neste ano, que levou água a 3,2 milhões de pessoas em um total de 861 municípios que convivem com a seca.

A maior obra de segurança hídrica, segundo o ministério, é a transposiç­ão do rio São Francisco, que vai beneficiar ao fim do projeto 12 milhões de pessoas, a um custo de R$ 9,2 bilhões.

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