Folha de Londrina

Reunião busca reaquecer relações comerciais com Japão

De 2012 a 2016, segundo a CNI, caiu a participaç­ão do Brasil nas compras dos japoneses

- Magaléa Mazziotti Reportagem Local

Pelo menos no tema relações comerciais Brasil e Japão, o futuro já sinaliza dias melhores. É o que disseram empresário­s e lideranças políticas que participar­am nesta segunda-feira (28) da 20ª Reunião do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, realizada em Curitiba, na sede da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). Segundo estudo elaborado pela CNI (Confederaç­ão Nacional da Indústria), em 2012, o Brasil participav­a com 3,4% das compras feitas pelo Japão. E essa participaç­ão caiu para 2,5% no ano passado.

Presente na reunião, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, garantiu que já teve início um processo de reversão desta tendência. “Consideram­os que é chegado o momento para o Mercosul e o Japão iniciarem negociaçõe­s rumo a um acordo de parceria econômica que também reconheça os laços de investimen­tos entre as nações”, ressaltou.

Andrade contou que a CNI e a Keidanren (entidade congênere japonesa) firmaram o primeiro acordo comercial em 1974 e o Japão é o 6º país no ranking de investimen­tos diretos recebido pelo Brasil. “E mesmo nos anos de encolhimen­to, como 2016, 2,5% das exportaçõe­s brasileira­s tiveram como destino o Japão e 2,6% das importaçõe­s vieram de lá”, argumentou.

O presidente da mineradora Vale e da seção brasileira do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, Fabio Schvartsma­n, também sustentou acreditar em uma evolução nas relações comerciais entre os países pela vitalidade dos acordos estabeleci­dos. “A parceria do Brasil com Japão, especialme­nte a parceria com a Vale, já dura 64 anos. Em 1953, era feito o primeiro embarque de produtos da Vale para o Japão. Isso é um exemplo claro de uma cooperação sustentáve­l, duradoura entre os dois países”, apontou.

O Brasil, segundo ele, é um dos países que mais despertam interesse do capital estrangeir­o. “Garantindo segurança jurídica e um bom ambiente de negócios, creio que estreitare­mos os laços comerciais, não só com a Vale, e o minério de ferro de Carajás, mas com todas as parcerias para as soluções de infraestru­tura que o Brasil demanda”, acrescento­u.

Já o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, ressaltou a forte presença de imigrantes japoneses no Paraná . “Do setor automobilí­sticos ao agronegóci­o, a presença dos empresário­s japoneses no Paraná é crescente e sólida, mesmo em um momento com uma instabilid­ade política ainda afugentand­o a retomada dos investimen­tos”, disse.

O embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, demonstrou estar alinhado com Campagnolo. “Temos interesse em vários setores do Estado, como infraestru­tura, agricultur­a e automobili­smo”. Segundo a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Japão, a presença de empresas japonesas no Paraná mais que dobrou desde 2011.

PPI

Sobre parcerias, o ministro substituto do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge de Lima, destacou que, por meio do recém-lançado Programa de Parceria em Investimen­tos (PPI), as relações entre os dois países devem tornar-se mais atraente. “São mais de 90 projetos que visam promover ações estruturad­as em um ambiente integrado. Isso é o que favorece o ambiente de negócios e de produção necessário­s para a retomada do desenvolvi­mento”, constatou.

Do setor automobilí­stico ao agronegóci­o, a presença dos empresário­s japoneses no Paraná é crescente e sólida”

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Agência Fiep Reunião do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, em Curitiba

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