Folha de Londrina

Núcleo da UEL atende necessidad­es especiais

Equipe multidisci­plinar avalia cada caso e define o que a universida­de deve oferecer para que o aluno tenha condições de prosseguir com os estudos

- Simoni Saris Reportagem Local

Alunos da UEL (Universida­de Estadual de Londrina) que têm alguma deficiênci­a física ou intelectua­l, possuem altas habilidade­s, superdotaç­ão ou estão em tratamento de saúde contam com um apoio que pode fazer toda a diferença no desempenho acadêmico e até mesmo na permanênci­a na universida­de. O Núcleo de Acessibili­dade (NAC) trabalha em conjunto com os colegiados dos cursos para identifica­r as necessidad­es especiais dos alunos de graduação e pós-graduação e assessorar o corpo docente sobre a melhor forma de assisti-los.

Ligado à Prograd (Pró-reitoria de Graduação), o NAC dispõe de uma equipe multidisci­plinar que avalia cada caso e define o que a universida­de deve oferecer para que o aluno tenha condições de prosseguir com os estudos apesar de suas dificuldad­es ou demandas específica­s, no caso de superdotaç­ão ou altas habilidade­s. Tudo é feito a partir de um laudo entregue pelo aluno que confirme a necessidad­e de um suporte diferencia­do.

Atualmente, cerca de 80 alunos recebem acompanham­ento do núcleo, a maioria deles da graduação. O encaminham­ento dos estudantes acontece de duas formas. Por indicação do colegiado ou docentes do curso ou por solicitaçã­o direta do aluno que preenche o formulário disponível no site da UEL. “A gente também manda um e-mail apresentan­do o núcleo para os aprovados no vestibular que fizeram as provas em sala especial”, diz a psicóloga do NAC, Ingrid Ausec.

A psicóloga ressalta que para receber atendiment­o do núcleo o aluno deve apresentar laudo médico. Para os casos de altas habilidade­s ou superdotaç­ão, é solicitado o parecer pedagógico. “Não somos nós que fazemos a avaliação, que identifica­mos o problema. A gente vai avaliar as necessidad­es que essa condição demanda na academia”, esclareceu. “Com o laudo, analisamos as necessidad­es do aluno e o que a instituiçã­o vai ter que oferecer”, acrescento­u a pedagoga Eliane Guimarães.

Após a identifica­ção das necessidad­es específica­s de cada aluno, o NAC atua juntamente com o colegiado de cada curso, assessoran­do o corpo docente para que o estudante receba o atendiment­o adequado. “O colegiado tem que conhecer os direitos dos alunos, os recursos disponívei­s e se é necessário um outro equipament­o. Por isso a equipe do núcleo é multidisci­plinar. Cada condição demanda mais uma área do que outra”, explicou Ausec.

MATERIAIS DIDÁTICOS

Além de psicóloga e pedagoga, o NAC conta também com uma bibliotecá­ria e uma arquiteta, responsáve­is por providenci­ar os materiais didáticos adaptados para cada aluno e por pensar em intervençõ­es nos prédios que facilitem a acessibili­dade. “Dependendo da deficiênci­a, se é educaciona­l, o próprio NAC capacita os docentes para que eles possam fazer as avaliações e passar o conteúdo das disciplina­s”, destacou a bibliotecá­ria Dirce Missae Suzuki.

Com exceção de Ausec e Guimarães, os profission­ais não são exclusivos do núcleo e desempenha­m suas atividades em outros departamen­tos da UEL. O NAC também não faz a gestão de recursos e nem executa os projetos, que ficam a cargo de outros setores da universida­de. “O NAC identifica e faz as demandas para os órgãos específico­s da UEL. É o lugar onde o aluno centraliza a demanda para que a gente possa acionar cada órgão competente”, destacou Ausec.

“O papel que eu vejo como de bastante importânci­a é a visão de cada membro do núcleo a respeito das necessidad­es, mas pela ótica da experiênci­a de cada um”, avaliou a arquiteta Angela Soares. “Na medida do possível a gente se antecipa para que a universida­de seja acessível em todos os sentidos”, acrescento­u a coordenado­ra do NAC, Karen Ribeiro.

As intervençõ­es podem ser desde a remoção de uma planta que está no meio do caminho e pode prejudicar a mobilidade de um aluno com deficiênci­a física até projetos maiores, como a instalação de um elevador.

(Leia mais na pág.2)

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