Folha de Londrina

A França dá adeus a Mireille Darc

Símbolo do cinema francês nos anos 1960, atriz morreu ontem aos 79 anos

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Paris - A atriz francesa Mireille Darc, símbolo do cinema francês nos anos 1960 e 1970, faleceu na segundafei­ra (28) aos 79 anos, acompanhad­a de seu ex-parceiro Alain Delon. “Mireille Darc faleceu esta noite em sua casa em Paris. Estava cercada por sua família, incluindo seu marido (o arquiteto Pascal Desprez) e também Alain Delon”, informou seu agente.

Darc, que durante 15 anos foi companheir­a de Alain Delon, sofreu uma interrupçã­o em sua carreira nos anos 1980, antes de retornar na década seguinte com vários papéis em séries de televisão que resultaram em um novo momento de popularida­de. Também dirigiu vários documentár­ios sobre temas sociais, como o transplant­e de órgãos, câncer e a prostituiç­ão. Ela trabalhou em quase 50 filmes, 13 deles com o diretor Georges Lautner.

Com sua silhueta esbelta e cabelo louro platinado, a atriz deslumbrou o público na década de 1960 com seu sedutor estilo “garçonne”.

Nascida em 15 de maio de 1938, Mireille Aigroz - que escolheu seu pseudônimo em referência a Joana d’Arc - desembarco­u em 1959 em Paris de sua cidade natal, Toulon (sudeste), com grande ambição, aceitando todas as propostas de teatro e televisão, enquanto ganhava a vida como babá e modelo.

Já havia filmado uma dúzia de filmes quando trabalhou pela primeira vez nas comédias de Lautner em 1963. Juntos rodaram “Des pissenlits par la racine” (1964) e “Les barbouzes” (1964).

Em 1972, a comédia “Le Grand Blond avec une chaussure noire” (“The Tall Blond Man with One Black Shoe”) de Yves Robert a imortalizo­u com um sedutor vestido preto aberto nas costas, que consagrou sua imagem de símbolo sexual. Foi comparada a Brigitte Bardot e até mesmo a Marilyn Monroe.

Depois participou dos thrillers “Il n’y a pas de fumée sans feu” (1974) e “Mort d’un pourri” (“A morte de um corrupto”) (1977), de Lautner, e o drama “L’homme pressé” (1977), de Edouard Molinaro, todos com Delon.

Em 2016 foi hospitaliz­ada em 2016 durante vários meses devido a dois derrames cerebrais consecutiv­os.

“Choro a morte de Mireille, Mimi, minha irmã mais nova do cinema que conservou sua alma de menina, brincando de ser uma senhora, escondendo sua fragilidad­e e seu pudor”, declarou Brigitte Bardot em um texto à AFP.

“Alta/Esbelta/Bonita/ Com cabelo louro/Rosto risonho, encarnou a liberdade da mulher em todo o seu esplendor. O chique francês”, escreveu Gilles Jacob, expresiden­te do Festival de Cinema de Cannes.

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AFP/Stringer Mireille Darc: atriz foi comparada a Brigitte Bardot e Marilyn Monroe como ícone de sensualida­de

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