Folha de Londrina

Mais de 150 municípios do Paraná perderam habitantes, aponta IBGE

Estimativa para Londrina é de 558.439 habitantes; Curitiba segue como a 8ª mais populosa do País

- Viviani Costa Reportagem Local

OBrasil tem, aproximada­mente, 208 milhões de habitantes. É o que aponta a nova estimativa populacion­al divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a). No Paraná houve cresciment­o de 3% em relação ao levantamen­to realizado no ano passado e a população saltou de 11,2 milhões para 11,3 milhões.

Ao todo, 39% dos municípios do Paraná sofreram redução do número de habitantes em comparação a 2016. O índice correspond­e a 155 municípios dos 399 do Estado. As cinco cidades que mais perderam habitantes entre 2016 e 2017 foram Altamira do Paraná (Oeste), Nova Cantu (Oeste), Nova Tebas (Centro), Marquinho (Centro-Sul) e Janiópolis (Centro).

As que mais cresceram foram Sarandi (Região Metropolit­ana de Maringá), Tunas do Paraná (Região de Curitiba), Pontal do Paraná (Litoral), Mauá da Serra (Centro-Norte) e Itaipulând­ia (Oeste). Curitiba segue como a oitava cidade mais populosa do Brasil com 1,9 milhão de habitantes. Londrina é a segunda mais populosa do Paraná, com 558.439 habitantes e Maringá ocupa a terceira colocação no Estado, com 406.693 moradores.

Conforme o IBGE, os cálculos realizados pelo instituto consideram as taxas de fecundidad­e, mortalidad­e e migração, além do cresciment­o populacion­al observado nos Censos Demográfic­os de 2000 e 2010. Os números preocupam a AMP (Associação dos Municípios do Paraná), já que a estimativa populacion­al é levada em conta na divisão do repasse referente ao FPM (Fundo de Participaç­ão dos Municípios).

“O rateio do FPM é proporcion­al a esses levantamen­tos. Já estamos em um colapso. Tem dinheiro federal que não chega, repasses com valores desatualiz­ados e, em alguns casos, os municípios bancam a conta do Estado. Se essa tendência de queda da população continuar nos municípios menores, isso pode significar a falência deles. Eles dependem desse recurso”, argumentou o presidente da AMP, Marcel Henrique Micheletto.

Em todo o País, uma a cada quatro cidades sofreu redução populacion­al, o que equivale a 1.378 dos 5.570 municípios. Grande parte dos afetados tem até 20 mil habitantes. A taxa de cresciment­o populacion­al no Brasil está em desacelera­ção, segundo o IBGE, e chegou a 0,77% neste ano. O sociólogo e professor do mestrado em Direitos Humanos e Políticas Públicas da PUC-PR, em Curitiba, Lindomar Boneti, destacou que o cenário econômico e a redução da taxa de natalidade estão entre as razões para essa diminuição em alguns municípios.

“O investimen­to econômico está se interioriz­ando em cidades de médio porte em razão da mão de obra mais cara e dos custos elevados das capitais. As famílias também estão realizando um planejamen­to familiar e estão tendo menos filhos. O processo de migração populacion­al se dá, principalm­ente, em decorrênci­a da atividade econômica, onde há oferta de emprego, por exemplo. Isso tudo contribui para essa oscilação”, analisou.

Cerca de 12,1 milhões de habitantes vivem na cidade de São Paulo, a mais populosa do País. Rio de Janeiro, Brasília e Salvador também fazem parte da lista das mais populosas. Em contrapart­ida, o município com menos habitantes fica em Minas Gerais. A cidade de Serra da Saudade tem apenas 812 moradores, segundo estimativa do instituto.

SARANDI

O município de Sarandi foi o que apresentou maior cresciment­o populacion­al no Paraná. Conforme as estimativa­s do IBGE, o número de habitantes saltou de 91.344 para 94.181. No entanto, os 2.837 moradores a mais foram contabiliz­ados após a regulariza­ção da divisa entre Sarandi e Maringá. Com o cresciment­o das duas cidades, houve a necessidad­e de restabelec­er o limite entre os municípios. De acordo com Jair Carneiro, chefe de gabinete da Prefeitura de Sarandi, a expectativ­a com a alteração é que a cidade passe a receber a partir do ano que vem, aproximada­mente, R$ 300 mil a mais por mês do Fundo de Participaç­ão dos Municípios. “Essa população já era atendida em Sarandi. O que vai mudar agora, administra­tivamente, é que o repasse vai aumentar. Nosso grande problema era que nós já atendíamos essa população, mas não tínhamos direito ao recurso”, explicou.

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GustAvo CArneiro Estimativa aponta que a população do Paraná chegou a 11,3 milhões

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