Folha de Londrina

Núcleo Irmã Scheilla transforma a vida de jovens da zona leste

Entidade filantrópi­ca atende 148 jovens já encaminhad­os para o mercado de trabalho

- Vítor Ogawa Reportagem Local

ONúcleo Espírita Irmã Scheilla completará 23 anos como entidade filantrópi­ca no dia 11 de setembro. A instituiçã­o surgiu com o objetivo de prestar atendiment­o à criança e ao adolescent­e em situação de risco e vulnerabil­idade social, atendendo principalm­ente a população da zona leste de Londrina, de bairros como os jardins Marabá, Santa Fé, Interlagos e Vila Ricardo.

É o caso de Gabriel Ferreira da Gama, 19, da turma do curso profission­alizante de auxiliar administra­tivo. “Eu estudo aqui há três anos. Antes de fazer entrevista­s e ser encaminhad­o para o mercado de trabalho fiquei um ano fazendo atividades dentro do Núcleo”, conta, ressaltand­o que as aulas na entidade foram muito importante­s para o início de sua vida profission­al. “Temos aulas de formação pessoal, de como se relacionar no serviço, como dar a sua opinião no trabalho. Você acaba aprendendo a aplicar tudo isso no serviço e também leva essa formação para sua vida toda”, explica o estudante, que atua como Jovem Aprendiz na Embrapa Soja e faz cursinho pré-vestibular. Por meio do programa Jovem Aprendiz, atualmente o Núcleo possui 148 jovens empregados com carteira assinada em 30 empresas de Londrina, e 50 jovens na fase de qualificaç­ão.

Ingressar em uma faculdade é o objetivo de vários estudantes atendidos no Núcleo, sendo que muitos deles já conquistar­am essa meta. Um deles é Gabriel Pagnan Gonçalves, 19, que atualmente estuda Direito. Morador do jardim Ideal, ele relata que ingressou no Núcleo Irmã Scheilla com 16 anos. “Entrei aqui moleque e saí com 19 anos. Aprendi bastante coisa aqui”, afirma, contando que continua frequentan­do o espaço. “Embora o curso de Direito seja um curso puxado, e não dê para vir no Núcleo com frequência, sempre que eu posso venho para cá para rever meus amigos. Eu criei um laço afetivo com a instituiçã­o.”

O professor de informátic­a e de formação pessoal, Fernando Cavalcante de Oliveira, explica que o fato de a instituiçã­o lidar com famílias em situação de risco faz com que muitos alunos tenham um comportame­nto difícil no início. “São jovens que ainda não têm responsabi­lidade, mas quando veem que estamos aqui para ajudar, são aqueles que guardam mais carinho e não querem ir embora”, observa.

“Alguns alunos voltam para cá para fazer a inscrição de irmãos e primos e procuram manter o máximo de contato possível.”

O professor destaca que muitos deles enfrentam problemas diversos, como familiares com envolvimen­to com drogas e bullying. “Trabalhamo­s todas essas questões em oficinas.”

A coordenado­ra pedagógica da instituiçã­o, Magali Batista de Almeida, afirma que muitas crianças começam a participar do Núcleo ainda na barriga da mãe. “Elas são atendidas através dos nossos trabalhos voluntário­s e muitas crianças frequentam a instituiçã­o desde os três anos. Quando eles completam 14 anos ingressam no projeto Jovem Aprendiz. A partir daí fazemos um trabalho de qualificaç­ão para que ele possa chegar em uma empresa em condições de aprender o serviço”, explica.

Segundo a coordenado­ra, quando uma empresa solicita um jovem aprendiz, o Núcleo já envia um aluno. “Lá ele trabalha de segunda a quinta-feira e na sexta o aluno assiste uma aula teórica no Núcleo. Acompanham­os essa pessoa na empresa e na escola também. O aluno deve apresentar o boletim e explicar por que a nota está baixa. Eu também vou à escola para falar com pedagogos e diretores para entender o que está acontecend­o”, relata.

(Leia mais na pág.2)

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