Festivais lutam pela sobrevivência
Os orçamentos públicos destinados a festivais artísticos realizados em diversas regiões do País sofreram uma redução de 30% a 50%. A crise financeira fez com que alguns eventos já tradicionais fossem cancelados por falta de recursos. Os dados são da Rede Brasileira de Festivais de Teatro, organização que acolhe mais de 60 eventos. A preocupação com a sobrevivência de importantes manifestações culturais motivou a entidade a solicitar uma audiência pública que acontece nesta quinta-feira (31), às 10 horas, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
“Representantes de diversos festivais estarão presentes nesta reunião que também contará com a presença de integrantes do MinC e alguns deputados convidados por nós. Durante a audiência que será presidida pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados vamos solicitar a implantação de políticas públicas que garantam a realização dos festivais de teatro”, afirma o mineiro Marcelo Bones, coordenador Rede Brasileira de Festivais de Teatro.
Como argumento, Bones pretende apresentar dados que, segundo ele, justificam a relevância artística e financeira dos festivais de teatro. Dados levantados pelo Observatório dos Festivais – site que reúne informações sobre os eventos em todo o País – dão conta que entre os anos de 2015 e 2016 os orçamentos de 25 festivais movimentaram mais de 50 milhões de reais, com um público superior a dois milhões de pessoas, gerando mais de 15 mil empregos diretos. Foram mais de 400 espetáculos nacionais e internacionais que circularam no país.
“Nossa intenção é conseguir apoio para garantir a continuidade das ações desenvolvidas, lembrando os parlamentares que a organização de um festival acontece durante o ano inteiro e que um evento que sofre uma descontinuidade tem muita dificuldade de retomar a produção. É urgente, inadiável e premente a construção de uma política pública para o setor, que responda aos desafios colocados pelo avançado estágio de complexidade das artes cênicas brasileiras. Que seja capaz de criar um sistema orgânico, democrático e participativo, que viabilize a sustentabilidade dos festivais, e ainda, que vislumbre ações e metas de longo prazo, destinadas ao fomento deste estratégico segmento”, enfatiza Bones.
(M.R.)