Transferência externa para não abandonar os estudos
Para a universitária Nathalia Halmann Hemmig, 24, trocar a faculdade privada por uma instituição de ensino pública era uma das opções que sobraram para continuar estudando. No terceiro ano do curso de psicologia, ela viu o edital de seleção para a transferência externa como uma oportunidade e tentou o processo. “Estava impossível pagar a mensalidade. Eu já tinha feito o financiamento no segundo ano do curso, mas é complicado sair da faculdade com uma dívida tão alta”, explica.
Em 2015, Hemmig entrou para o curso sabendo dos custos, mas acreditou que conseguiria pagar e negociar com a instituição. “Eu faço estágio e moro com a minha mãe. Nós duas nos mantemos, mas a dívida é alta e vai aumentando conforme os anos. Eu ia sair do curso com uma mensalidade muito maior do que a contratada no início”, reclama.
O governo federal restringiu o acesso ao Fies, impondo novas regras, como a exigência de nota mínima de 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e teto de renda para os candidatos. Hemmig conta que não se encaixa no teto de renda do Fies, por isso optou por empréstimo no primeiro ano e financiamento particular no segundo. “Eu não tinha mais opções, se eu não conseguisse a transferência - para qual eu estudei muito para passar - provavelmente teria que abandonar o curso”, lamenta. Segundo O MEC (Ministério da Educação), o número de contratos do Fies em 2016 foi de 203,5 mil contra 732,7 mil em 2014.