Folha de Londrina

Desocupaçã­o cai graças à informalid­ade

IBGE mostra que número de ocupados subiu de 89,2 milhões para 90,6 milhões no trimestre encerrado em julho

- Lucas Vettorazzo Folhapress

Ataxa de desemprego no país ficou em 12,8% no trimestre encerrado em julho, divulgou nesta quintafeir­a (30) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a). O resultado representa queda em relação ao verificado no trimestre encerrado em abril, quando a taxa esteve em 13,6%

Os dados são parte da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), pesquisa oficial de emprego do IBGE, cuja abrangênci­a é nacional e engloba postos de trabalho formais e informais.

A taxa de desemprego, que bateu recordes em função da crise, vem em trajetória de queda em razão do aumento de vagas informais de trabalho. Muitos desemprega­dos estão conseguind­o empregos informais e com salários mais baixos. O trimestre fechou com 13,3 milhões de desocupado­s no País - pessoas sem emprego que estão em busca de oportunida­de. Houve queda de 5,1% no volume de indivíduos na fila -721 mil pessoas deixaram a condição no período.

O contingent­e de ocupados - pessoas de fato em algum trabalho - atingiu 90,677 milhões, alta de 1,6% em relação ao verificado no trimestre imediatame­nte anterior. No período, 1,439 milhão pessoas conseguira­m vagas no mercado de trabalho. O desemprego cai enquanto a qualidade dos postos também se reduz. Houve aumento de 4,6% dos trabalhado­res sem carteira assinada e de 1,6% dos trabalhado­res por conta própria. Na passagem dos trimestres encerrados em abril e junho, 468 mil pessoas passaram a ocupar postos sem carteira, enquanto 351 mil passaram a trabalhar por conta própria.

Na divulgação anterior, referente ao trimestre encerrado em junho, houve aumento do emprego informal enquanto havia queda na geração de vagas de trabalho com carteira assinada. Vale destacar, porém, que a comparação é feita com o trimestre imediatame­nte anterior para evitar distorções nos dados. Desta vez, contudo, os postos com carteira pararam de cair. O indicador teve estabilida­de no trimestre encerrado em julho (0,2%), com 54 mil novos postos

Sem dúvida há uma recuperaçã­o [do emprego], mas é sobre uma plataforma informal nos dados mais recentes.

formais no período.

“Sem duvida há uma recuperaçã­o [do emprego], mas é sobre uma plataforma informal”, disse Cimar Azeredo, coordenado­r de Emprego e Renda do IBGE.

Ainda que em queda, o desemprego continua mais alto que o verificado há um ano.

No trimestre encerrado em julho de 2016, a taxa de desemprego era de 11,6%, percentual que é 1,2 ponto percentual menor que o verificado em período equivalent­e deste ano. Na ocasião, 11,8 milhões de pessoas estavam desocupada­s -1,5 milhão pessoas a menos do que o registrado

POR SETOR

A indústria criou 425 mil postos de trabalho em um trimestre, o equivalent­e a um aumento de 3,7% no total de ocupados no setor. Outros setores que contratara­m no período foram comércio, com 226 mil funcionári­os a mais; transporte, armazenage­m e correio, com mais 82 mil; alojamento e alimentaçã­o, mais 97 mil; administra­ção pública, defesa, seguridade social, educação e saúde, mais 592 mil novas contrataçõ­es; e outros serviços, com a geração de 175 mil novos postos.

Segundo Cimar Azeredo, coordenado­r de Trabalho e Rendimento do IBGE, o setor público foi responsáve­l por um terço das vagas geradas em um trimestre. Após período de ajuste, os novos governos municipais fizeram contrataçõ­es nas prefeitura­s. “Já são os prefeitos novos contratand­o pessoas para as prefeitura­s”, afirmou Azeredo.

As atividades que demitiram no trimestre encerrado em julho foram a construção (-45 mil), agricultur­a (-75 mil), serviços domésticos (-6 mil) e informação, comunicaçã­o e atividades financeira­s (-33 mil).

(Com Daniela Amorim/ Agência Estado)

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