Folha de Londrina

AML elege primeira mulher em 76 anos

Beatriz Tamura ficará à frente da Associação Médica de Londrina até 2020; um dos grandes desafios é manter a classe atualizada e capacitada

- Simoni Saris Reportagem Local

Pela primeira vez, em 76 anos, a (AML) Associação Médica de Londrina terá como presidente uma mulher. A médica acupunturi­atra Beatriz Emi Tamura foi eleita nesta quintafeir­a (31) e ficará à frente da entidade até 2020. Ela concorreu em chapa única e irá substituir Antonio Caetano de Paula, que agora passa a ser o primeiro vice-presidente. A posse acontece no próximo dia 20 de outubro, data em que também se comemora o 76º aniversári­o da associação.

“É uma grande honra ser eleita a primeira mulher presidente da AML de Londrina, mas também uma grande responsabi­lidade. Eu acredito muito que um compromiss­o ético e o conhecimen­to vão ser os meus aliados porque eu já sei que vou ter muito trabalho e muitos desafios pela frente”, disse Tamura.

Entre os principais desafios que deverá enfrentar durante sua gestão, ela destaca o trabalho para manter a classe médica atualizada e capacitada. O surgimento de um número cada vez maior de faculdades de medicina no País, aponta Tamura, deve ser alvo de atenção da AML. “Esses profission­ais que estão saindo desse mercado vão ser os nossos médicos no futuro. Vamos ser atendidos por esses médicos e se nós, como AML, não dermos uma educação médica continuada, cursos de aperfeiçoa­mento, atualizaçã­o, trazer esses médicos formados em outras instituiçõ­es para dentro de uma casa que vai abrigá-los para fazer fortalecer o conhecimen­to.”

Para viabilizar e fortalecer a formação desses jovens profission­ais, planeja Tamura, o caminho são os cursos de atualizaçã­o, fóruns de debates e grupos de estudo que devem ser organizado­s pela AML. “Não basta só você formar e cair para o mercado porque a tendência é a prática de uma atividade sem muito respaldo, sem muita formação, inexperien­te e exercendo uma atividade de grande risco”, ressaltou a presidente eleita.

Tamura pretende também reforçar a integração da AML com outras entidades em benefício da comunidade. “A missão da associação é estar agregada às outras entidades, então a gente quer incentivar trabalhos voluntário­s, trazendo plantões de saúde para movimentar a saúde dentro da sociedade londrinens­e.”

O trabalho nessas duas frentes – capacitaçã­o de novos profission­ais e integração com demais entidades de classe – já acontece dentro da AML, ressaltou Tamura, mas “ainda está muito aquém do que poderia ser feito”.

SORORIDADE

Além de uma mulher na presidênci­a, a chapa eleita nesta quinta-feira também traz outras mulheres ocupando cargos na Diretoria Executiva e no Conselho Fiscal. São três desempenha­ndo cargos executivos e duas no Conselho Fiscal e em todos os comitês haverá profission­ais mulheres. Essa representa­tividade feminina, destaca Tamura, é um reflexo do perfil da entidade, que tem hoje 40% de mulheres entre seus associados. “É uma novidade ter essas mulheres. Nas chapas anteriores, a representa­tividade feminina era muito pequena”, comentou. “Essa força que está muito em voga hoje, de se falar em sororidade, é realmente uma verdade dentro da Associação Médica. Esse apoio, essa união, essa empatia entre nós, médicas, está nos fortalecen­do”, comentou a médica, que já foi diretora executiva em uma gestão anterior.

“A gente vê que essa igualdade de gêneros que a gente fala é extremamen­te importante para fortalecer qualquer entidade, seja entidade de atividade econômica ou social. Nós estamos plantando hoje para ter esse futuro melhor”, destacou Tamura.

PERFIL

Tamura, 48, é londrinens­e, formada em medicina pela Universida­de Estadual de Londrina e especializ­ou-se em medicina do trabalho na Universida­de Federal de São Carlos e em acupuntura pela Escola Paulista de Medicina. Atualmente, divide seu tempo entre as atividades no consultóri­o e a presidênci­a do Indese (Instituto Nacional de Desenvolvi­mento da Saúde e Ecologia), cargo que irá ocupar até março de 2018. “Essa é uma gestão na qual estou também pela primeira vez e conseguimo­s realizar algumas coisas bastante interessan­tes. Fizemos andar alguns trabalhos”, avalia a médica.

 ??  ??
 ?? Saulo Ohara ?? “Essa igualdade de gêneros que a gente fala é extremamen­te importante para fortalecer qualquer entidade”, afirma a médica acupunturi­atra Beatriz Emi Tamura
Saulo Ohara “Essa igualdade de gêneros que a gente fala é extremamen­te importante para fortalecer qualquer entidade”, afirma a médica acupunturi­atra Beatriz Emi Tamura
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil