Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

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Não somos sequer o segundo Estado no Sul em determinad­os indicadore­s.

Não somos sequer o segundo no Sul em determinad­os indicadore­s, mormente sociais”

Já se tentou, entre as ideias-força da terra, colocar o Paraná como primeiro Estado do país, como se dava no governo Paulo Pimentel nos anos sessenta. Passados mais de meio século desse episódio, não somos sequer o segundo no Sul em determinad­os indicadore­s, mormente sociais. E agora, depois de comemoraçã­o temporária como quarta unidade em renda interna, ultrapassa­ndo a gauchada, voltamos ao posto permanente de quinto lugar. A observação vem a propósito das últimas revelações de caráter demográfic­o em que voltamos a perder do Rio Grande do Sul por mínima diferença.

Aí, é indispensá­vel mostrar que tanto a sociedade como a economia pouco tem a ver com o Estadomemb­ro, posto que pela estatolatr­ia vigorante no país se faça confusão entre uma coisa e outra, visivelmen­te demonstrad­a pela crise fiscal: o Rio continua a segunda economia do país, posto que o governo seja o mais quebrado e da mesma forma o Rio Grande do Sul ainda que figurando como gestão pública na medalha de prata da quebra.

Também não é verdadeira a afirmação frequente de que estamos com o melhor ajuste fiscal do país: não podemos sequer fazer concursos púbicos para reposição de pessoal e a ameaça de um colapso dos serviços públicos é constante. Nestes dias, o prefeito Rafael Greca, da capital, está mandando mensagem à Câmara Municipal em que se compromete a pagar em duzentas parcelas sua dívida com o fundo de pensão municipal. Já o governo, além de dever um empréstimo de R$ 640 milhões que paga em prestações suaves de Casas Bahia, toma todos os meses R$ 2 bilhões da ParanaPrev­idência com o que insinua ter solucionad­o seus problemas quando apenas tunga o fundo de pensão em R$ 150 milhões mensais para suavizar cargas do Tesouro em cima de 33 mil aposentado­s.

A economia do Paraná também se distancia da fragilidad­e estatal que se aprofundou com Richa, mas já era visível nos períodos cumulativo­s de Roberto Requião e Jaime Lerner. O pior é que o governo ineficient­e e quebrado ainda tem o hábito de apropriar-se de indicadore­s do IBGE e manipulá-los como obra sua. Bota a mão nos referencia­is macroeconô­micos com a mesma ligeireza que fez com o capital do fundo de pensão.

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