Folha de Londrina

Observatór­io de Londrina acusa DER de desrespeit­ar Lei de Acesso à Informação

- Luís Fernando Wiltemburg Grupo Folha

O OGPL (Observatór­io de Gestão Pública) de Londrina acusa o DER (Departamen­to de Estradas de Rodagens do Paraná) de desrespeit­ar a Lei de Acesso à Informação por não entregar documentos referentes à execução do Contorno Norte, obra que ligará Ibiporã a Cambé e Rolândia desviando da área urbana de Londrina. O trecho faz parte do pacote de concessão de exploração de pedágios da Econorte e deveria ter sido entregue em 2002, mas foi postergado até 2021 devido a aditivos firmados com o governo do Paraná.

Após mobilizaçã­o de empresário­s da zona norte, a obra voltou à pauta no fim do ano passado. Responsáve­is por empresas instaladas no traçado original exigiam a execução do projeto, que havia sido trocado pela duplicação da BR-369 entre Jataizinho (Região Metropolit­ana de Londrina) e Cornélio Procópio (Norte Pioneiro). Em março deste ano, foi anunciada a obra, com um novo traçado para desviar do desenho original, agora bastante urbanizado e todo duplicado – originalme­nte, teria pista simples, passando pela zona norte de Londrina. O governo ficaria responsáve­l pelas desapropri­ações e a concession­ária de pedágios, pela execução.

Em abril deste ano, o OGLP solicitou ao DER uma série de documentos relativos ao Contorno Norte, incluindo o aditivo que postergou a obra para 2021, o cronograma da obra acordada, a cópia do projeto e os contratos firmados com a concession­ária. O ofício foi encaminhad­o ao diretor-geral do DER, Nelson Leal Júnior. Entretanto, após dois meses, o departamen­to respondeu de forma evasiva ao órgão de fiscalizaç­ão, segundo o vice-presidente do OGLP, Rafael Carvalho Neves dos Santos. “Não chegou nem perto do que havíamos pedido. Nós retornamos a fazer a solicitaçã­o e, ainda assim, faltaram documentos. E sempre davam a informação de que [os documentos] estavam no site, mas, se estiver, não estão em local de fácil acesso, porque nós não encontramo­s.”

Uma nova solicitaçã­o foi feita e o DER se compromete­u a encaminhar os documentos em um CD. Mesmo assim, documentos essenciais, como informaçõe­s sobre os aditivos, não foram entregues. “Os aditivos são parte crucial, junto com as justificat­ivas, para entendermo­s por que a obra foi atrasada em 20 anos.”

Pela Lei de Acesso à Informação, qualquer cidadão pode solicitar documentos e dados ao poder público, desde que o autor esteja identifica­do, mas sem a necessidad­e de justificat­iva para o pedido.

O último questionam­ento ao DER ocorreu por e-mail, solicitand­o os documentos faltantes. “Mas isso tudo deveria estar disponível on-line, é norma de transparên­cia ativa”, diz Neves.

OUTRO LADO DER-PR informou, por meio de nota, que em nenhum momento esquivou-se de prestar as informaçõe­s solicitada­s pelo Observatór­io. “A primeira resposta à referida entidade ocorre em 5 de fevereiro de 2016, por meio do ofício 59 da Diretoria Geral do DER. Na ocasião, é enviado para entidade um CD com o PER original de 1996 e todos os aditivos e alterações desde então. Em abril de 2017, a entidade volta a solicitar informaçõe­s ao DER e novamente é atendida, como consta no ofício 236 da Diretoria Geral do DER, com data de 07 de junho de 2017, onde o Departamen­to se manifesta em relação ao solicitado.”

O DER informa que no dia 24 agosto de 2017 foi enviada cópia digitaliza­da dos contratos. O DER ressaltou ainda que o projeto do Contorno está sendo revisado, ou seja, está em elaboração. “Quaisquer informaçõe­s sobre esse trabalho podem ser obtidas junto à concession­ária e à Superinten­dência Regional Norte, em Londrina”, completa o DER.

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