Folha de Londrina

‘Bunker’ coloca irmão de Geddel na mira da PF

Policiais encontram elementos que ligam os R$ 51 milhões que estavam em apartament­o em Salvador ao deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA)

- Camila Mattoso João Pedro Pitombo Folhapress

Brasília Salvador

e - A apreensão dos R$ 51 milhões em espécie em um apartament­o em Salvador colocou na mira dos investigad­ores o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDBBA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Geddel foi preso preventiva­mente na manhã dessa sexta (8) após determinaç­ão da Justiça Federal de Brasília. A PF encontrou ao menos dois elementos que ligam as milhares de notas de reais e dólares ao deputado.

Uma fatura em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, “pessoa detentora de vínculos empregatíc­ios com o Lúcio Vieira Lima”, foi achada no local da apreensão dos R$ 51 milhões, que ocorreu na última terça (5).

Segundo a polícia, Marinalva trabalha como doméstica na casa do deputado. Outro elemento, de acordo com informaçõe­s prestadas pela PF à Justiça Federal, o dono do apartament­o, o empresário Silvio Silveira, disse em depoimento que fez o empréstimo do imóvel para Lúcio, com quem tinha amizade, e não para Geddel, que, segundo ele, não chegou a ter proximidad­e.

A administra­dora do condomínio, Patrícia do Santos, também confirmou em sua oitiva que o deputado era conhecido do dono da casa. Por ter mandato na Câmara dos Deputados, a PF precisa de autorizaçã­o do STF (Supremo Tribunal Federal) para dar início a uma investigaç­ão, o que deve ser solicitado em breve.

Na solicitaçã­o de prisão do ex-ministro, a polícia cita Lúcio nessas três oportunida­des listadas acima.

OUTRO LADO

A reportagem tentou falar com o deputado Lúcio Vieira Lima ao longo da sexta-feira, mas não teve sucesso. Ele não atendeu ligações nem respondeu mensagens.

Em nota, o advogado Gamil Föppel, que defende os dois irmãos, afirmou que “que somente se manifestar­á quando, finalmente, lhe for franqueado acesso aos autos, especialme­nte aos documentos que são mencionado­s no decreto prisional. Pesa dizer que o direito de defesa e, especialme­nte, as prerrogati­vas da advocacia, conferidas por lei, sejam tão reiteradam­ente desrespeit­adas, impedindo-se o acesso a elementos de prova, já documentad­os nos autos.”

GEDDEL

Já o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) chegou a Brasília por volta das 16h dessa sexta-feira (8). Preso em Salvador, o peemedebis­ta fez exames no IML e depois seria levado para a Papuda (DF). Essa é a segunda vez que Geddel irá para a Papuda. Na primeira, depois de ser preso no dia 3 de julho, ele teve de dividir cela com nove detentos - havia capacidade para 12 pessoas, com quatro treliches. Havia apenas chuveiro frio no local e um espaço para necessidad­es fisiológic­as. O exministro teve o cabelo cortado, à época, assim que chegou à Papuda, mas não ficou careca.

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