Folha de Londrina

Rachas eram comuns nos anos 80

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Durante muitos anos, a Via Expressa foi sinônimo de rachas. Era muito comum, nos anos de 1980, ver disputas entre automóveis ou motos no local. A aceleração forte ao lado de um possível oponente era a senha para que o racha começasse. Infelizmen­te, a prática era bastante frequente, sem que os motoristas e motociclis­ta se dessem conta dos riscos.

Petronila Ferreira da Silva, 78, moradora da região há 44 anos, já assistiu a muita tragédia no local. “Vi muitas mortes. Até um caminhão que arrancou a cabeça de um motociclis­ta eu vi. Era um período que tinha racha, o povo corria muito. A gente, que era da vila, não tinha o hábito de assistir, mas entre eles juntava muita gente só para ver as disputas. Muitos ficavam em cima do pontilhão para ficar olhando. Eu até hoje tenho medo desses carros que correm muito. Tenho medo de atravessar a avenida até hoje”, diz.

Outra moradora, a professora Mírian Correa Yassuo de Souza, residente no Jardim Europa há 43 anos, revela que as pessoas não se intimidava­m em realizar essas disputas ilegais em vias públicas. “O pessoal chamava a polícia e quando ela vinha as disputas paravam, mas assim que os policiais iam embora e começava tudo de novo. Chegava no fim de semana ou no meio de semana acontecia direto”, revela.

Mírian destaca que mesmo assim a construção da Dez de Dezembro facilitou o fluxo do trânsito. “A avenida corta a cidade muito mais rápido do que passar pelo centro. A via ajudou na união dos bairros. Eu tinha dez anos, mas via o movimento no canteiro de obras e já sabia que ia ser uma ligação para trazer o progresso, para trazer benefício para a cidade”, finaliza.

(V.O.)

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