Povo não tem sede de vingança!
Pela segunda vez, o advogado Ricardo Laffranchi bate na mesma tecla de que “o povo tem sede de vingança” (Opinião, 05/05 e 09/09). Na realidade, o povo brasileiro tão massacrado pela corrupção e ferido em sua dignidade, está mesmo é sedento de justiça neste país tristemente dominado pela impunidade. E Gilmar Mendes, que o missivista tanto endeusa, é uma autoridade que contribui decididamente para essa ausência de punição. Os brasileiros não suportam mais vê-lo soltando perigosos criminosos que, livres, voltam a delinquir e até fugir do País. E ele (Mendes) não age com isenção, pois não se declara impedido mesmo que os réus julgados sejam da sua roda social e de seus interesses pessoais. Ele gosta mesmo é de atuar próximo aos “figurões”. Por que nunca agiu com a mesma desenvoltura para resolver interesses dos presidiários mais humildes, que injustificadamente continuam presos, mesmo com a pena já devidamente cumprida ou até sem julgamento? Por que absolveu a chapa Dilma/Temer, apesar da clara evidência de corrupção na campanha e a sua inexplicável contradição de “investigá-la, mas nunca cassá-la”? Entenda o sentimento de pânico, asco, dor moral e destruição de suas vidas das mulheres violentadas pelo médico Roger Abdelmassih e pergunte a elas se foi justa a liberdade e a fuga que Gilmar Mendes lhe proporcionou. Elas não querem vingança e, junto com elas, o Brasil todo quer Justiça. Se o ministro é toda essa eminência exaltada por Laffranchi, por que será que renomados juristas defendem o seu impeachment? Verdadeiros juízes de coragem são Sérgio Moro, Marcelo Bretas, Vallisney de Oliveira e Juliano Nanuncio (Londrina) que não dão trégua aos corruptos e agem com imparcialidade. Quanto às prisões cautelares, elas se diferenciam na duração pelas mais diversas circunstâncias da averiguação. Portanto, menos filosofia e mais praticidade.
LUDINEI PICELLI (administrador de empresas) – Londrina