Vacinação em baixa
OBrasil vive a pior cobertura vacinal dos últimos 10 anos e o problema não está na prestação do serviço pela saúde pública, mas no desinteresse da população. Há vacinas, mas o público não procura pelo produto nas unidades básicas. O tema é tratado na edição desta sexta-feira (15) pela FOLHA. A reportagem mostra que uma campanha de multivacinação lançada nesta semana pelo Ministério da Saúde, voltada para crianças e adolescentes de até 15 anos, é uma tentativa de reverter o desinteresse das famílias para a imunização. Pelas contas da pasta, 53% do público esperado para ir aos postos este ano já deveria estar como o calendário completo, mas não está. A consequência é que ao longo do tempo esse fenômeno provoca um aumento significativo da população vulnerável, tornando mais forte o risco de epidemias. A campanha vai até o dia 22 de setembro e no sábado (16) será feito em todo o país o Dia D, quando postos fixos e volantes estarão abertos para atualizar a carteira vacinal. Ao todo, serão disponibilizadas 15 vacinas. O ministério enviou aos postos 143,9 milhões de doses de vacina de rotina e mais 14,8 milhões de doses extras. Especialistas ouvidos pela FOLHA levantaram algumas hipóteses para a baixa cobertura que seria consequência de uma associação de fatores. O próprio sucesso das campanhas anteriores, reduzindo os casos de várias doenças, acabou provocando um efeito inverso desmobilizando os pais, que não se preocupam em manter a carteira de vacinas dos filhos em dia. Contribui também para esse cenário a atuação do movimento de grupos contrários à vacinação. As vacinas são armas muito eficientes para combater as doenças e vão muito além da proteção individual. Os pais precisam se informar, de preferência com um médico, sobre a necessidade imunização e os riscos de não utilizar o produto. Nesse caso, a despreocupação ou a desinformação podem se transformar em um risco sério à saúde.